A 5ª edição do mídia.JOR contou com o painel “O algoritmo em casa – como a Inteligência Artificial já está presente nas redações pelo mundo”.
Os jornalistas Camila Marques, editora de Audiência e Digital da Folha de S. Paulo, Leonardo Cruz, editor coordenador digital no Estado de S. Paulo, e Daniel Flynn, editor na América Latina para a Thomson Reuters, relataram sobre experiências de tecnologia nas empresas de mídia em que trabalham.
A mediação do debate foi realizada por Leão Serva, diretor de jornalismo da TV Cultura.
O painel também contou com o vídeo-case da Press Association que apresentou ao público do mídiaJOR o projeto Radar (Repórteres, Dados e Robôs). Pete Clifton, editor-chefe, explicou que a parceria entre jornalistas e Inteligência Artificial combinou jornalismo humano com automação para a criação de conteúdo que é oferecido para a região do Reino Unido.
No Brasil
Já no Brasil, a experiência com IA é uma realidade na recomendação de conteúdo para os leitores e na produção de reportagens.
Camila Marques citou o estudo inédito da Folha que indicou alta chance de fraude nas provas do ENEM. “Foi um trabalho de três meses em que jornalistas analisaram uma montanha de dados para chegar ao furo de reportagem”, afirmou.
Já Leonardo Cruz afirmou que o Estadão vive um momento recente de transformação digital. “As ferramentas de tecnologia passaram a nos ajudar a conhecer os hábitos da navegação do leitor e, assim, podemos recomendar conteúdo especializado para ele”, explicou.
Daniel Flynn relatou sobre os planos da Reuters que visa à expansão da IA para os próximos anos. “Os relatos financeiros de mercado já são produzidos por robôs. O que pensamos agora é usar a IA de forma mais criativa”, contou.
Os jornalistas descartaram a ideia de uma possível substituição de jornalistas por robôs. “Vagas serão perdidas, mas dezenas de outros cargos serão criados. Nós precisamos de jornalistas que se adaptem à nova realidade digital”, explicou Camila Marques.
“É preciso uma reciclagem dos profissionais para ler dados de maneira mais clara. Há a necessidade de um redesenho das redações com jornalistas especializados nisso”, complementou Leonardo Cruz.
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