“Dark Horse” e o risco da polarização com pipoca

Filme sobre Jair Bolsonaro mira bolha, assim como “Lula, o Filho do Brasil”

Atualizado em 13/12/2025 às 11:12, por Redação.

Imagem mostra dois monitores de vídeo profissionais lado a lado, apoiados em suportes metálicos. Em cada monitor aparece a imagem de uma claquete de cinema, indicando uma gravação audiovisual em andamento. Os monitores estão em um ambiente interno, com luz entrando por uma janela ao fundo. À esquerda, vê-se parcialmente a silhueta desfocada de uma pessoa, de costas para a câmera, observando os monitores. Cabos estão conectados aos equipamentos, reforçando o contexto de um set de filmagem ou estúdio de produção.

Frame de teaser da produção audiovisual (divulgação)


Por Pedro Venceslau* 

Produzido em sigilo absoluto nos últimos três meses, o longa-metragem “Dark Horse” é uma aposta da ultra direita brasileira para internacionalizar a narrativa de vitimização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Totalmente falado em inglês, o filme conta com o ator Jim Caviezel, de “A Paixão de Cristo”, como “peça de resistência” na estratégia de fazer o filme ser levado a sério pelo público e o mercado audiovisual.

As primeiras cenas divulgadas nas redes sociais, porém, dão a impressão de um filme mambembe e com cara de propaganda partidária.

O elenco é formado por atores da série B dos filmes de ação norte-americanos e alguns brasileiros que andavam sumidos, como o ex-galã bolsonarista Felipe Folgosi.

A ideia do projeto foi do ex-Malhação e ex-ministro Mário Frias, que interpretou um dos médicos responsáveis pela cirurgia do ex-presidente.

Ainda é cedo para saber se o filme chegará aos cinemas e plataformas ou se ficará circunscrito ao circuito radical da produtora Brasil Paralelo.

“Dark Horse” remete a outro longa-metragem “presidencial”: “Lula, o Filho do Brasil”, que chegou aos cinemas em 2010, mas flopou. 

Baseado no livro de Denise Paraná, o filme tem aspecto mais profissional que a produção sobre Bolsonaro, mas teve um desempenho modesto de bilheteria. 

A direção é de Fábio Barreto, um medalhão do cinema, e o elenco conta com nomes como Glória Pires, Cleo Pires e Rui Ricardo Diaz. 

“Lula, o Filho do Brasil” foi lançado com uma grande campanha e expectativa de blockbuster, mas foi só a 7° maior bilheteria nacional de 2010, ano em que o petista elegeu a sucessora, Dilma Rousseff (PT).
 

*Pedro Venceslau é analista da CNN Brasil*