“Dark Horse” e o risco da polarização com pipoca
Filme sobre Jair Bolsonaro mira bolha, assim como “Lula, o Filho do Brasil”
Frame de teaser da produção audiovisual (divulgação)
Por Pedro Venceslau*
Produzido em sigilo absoluto nos últimos três meses, o longa-metragem “Dark Horse” é uma aposta da ultra direita brasileira para internacionalizar a narrativa de vitimização do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Totalmente falado em inglês, o filme conta com o ator Jim Caviezel, de “A Paixão de Cristo”, como “peça de resistência” na estratégia de fazer o filme ser levado a sério pelo público e o mercado audiovisual.
As primeiras cenas divulgadas nas redes sociais, porém, dão a impressão de um filme mambembe e com cara de propaganda partidária.
O elenco é formado por atores da série B dos filmes de ação norte-americanos e alguns brasileiros que andavam sumidos, como o ex-galã bolsonarista Felipe Folgosi.
A ideia do projeto foi do ex-Malhação e ex-ministro Mário Frias, que interpretou um dos médicos responsáveis pela cirurgia do ex-presidente.
Ainda é cedo para saber se o filme chegará aos cinemas e plataformas ou se ficará circunscrito ao circuito radical da produtora Brasil Paralelo.
“Dark Horse” remete a outro longa-metragem “presidencial”: “Lula, o Filho do Brasil”, que chegou aos cinemas em 2010, mas flopou.
Baseado no livro de Denise Paraná, o filme tem aspecto mais profissional que a produção sobre Bolsonaro, mas teve um desempenho modesto de bilheteria.
A direção é de Fábio Barreto, um medalhão do cinema, e o elenco conta com nomes como Glória Pires, Cleo Pires e Rui Ricardo Diaz.
“Lula, o Filho do Brasil” foi lançado com uma grande campanha e expectativa de blockbuster, mas foi só a 7° maior bilheteria nacional de 2010, ano em que o petista elegeu a sucessora, Dilma Rousseff (PT).

*Pedro Venceslau é analista da CNN Brasil*





