Os desafios nas alturas de Robson Paduan e as palhaçadas de Romulo Osthues

Redação Portal IMPRENSA | 05/08/2014 14:15
Crédito:Arquivo Pessoal
Repórter das alturas
Quando adolescente, no início dos anos 1990, Robson Paduan assistiu ao filme “Caçadores de Emoção”, de esportes radicais, e decidiu que um dia saltaria de paraquedas. Como era novo e a modalidade era pouco popular, ele, claro, não conseguiu autorização dos pais.

O tempo passou e o paranaense, filho de radialista, acabou escolhendo o jornalismo como profissão. Foi editor da revista e do portal UseFashion, no Rio Grande do Sul e, no Paraná, editor da revista Aprendizagem e repórter e apresentador na rádio Band News FM. Desde 2013, atua como assessor de imprensa do Grupo Boticário. Mesmo depois de muitos anos, a lembrança do filme e a vontade de saltar se mantiveram. Hoje, o jornalista já soma mais de 500 saltos e o paraquedismo disputa espaço em seu coração com a profissão que escolheu. 

“São paixões distintas e complementares. Aplico muito do jornalismo no esporte e mais ainda do esporte na profissão e na vida. É uma atividade de alta performance, que exige do atleta características como precisão, tomada de decisão rápida, confiança na equipe, atenção e muito treino”, conta.

Ao longo de seus 12 anos no esporte, Robson já saltou por cima do encontro das águas do rio Negro com o rio Solimões, em Manaus; na Ilha do Mel, litoral paranaense; e por cima da barragem da Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Porém, mesmo diante de tantas experiências e paisagens únicas, o salto mais marcante aconteceu em 2013, quando presenteou sua mãe, dona Cida, de 65 anos, com um salto duplo e, é claro, foi ele quem pulou junto.

Com ou sem nariz
Crédito:Rafael Coelho
Para o sonho de mudar o mundo, os pais tinham a dica: ser médico. Mas o espírito crítico levou Romulo Osthues a abraçar o jornalismo – primeiro para decepção, depois para orgulho da família. Nascido em Salvador (BA), ele veio para São Paulo estudar na Unesp em Bauru. Após alguns anos de intensa rotina de redação em publicações de arquitetura, decoração, variedades e consumo, se cansou.

“Era muito estressante, pressão, fechamento...”, lembra. Em 2011, já como subeditor, ele passou a buscar algo com “mais expressividade” e que fosse “divertido”. Foi exatamente o que encontrou numa oficina de palhaçaria e improviso que cursou com sua então chefe, Naélia Forato. Os dois adotaram a vida de freeelancer: viraram “Fulana de Tal” e “Melão Cólico” e criaram a companhia de palhaços “O Quintal de Fulana e Melão”, que promove a cultura circense por meio da palhaçaria-jornalística.

Eles têm a missão de levar alegria e despertar a responsabilidade socioambiental em espaços com vulnerabilidade social. “Temos um trabalho jornalístico para descobrir o contexto antes da apresentação”, explica. Hoje, com ou sem o nariz, o jornalismo e a palhaçaria se misturam tanto que vão virar tema de mestrado e doutorado. “Se eu fosse um palhaço sem ser jornalista seria um palhaço diferente”. Curiosamente, aos 31 anos, ele cobre bastante a área da saúde e até se veria como médico. “Mas com mais cuidado e atenção”.