Reinaldo Azevedo fala sobre as críticas que recebe e a vaidade no jornalismo

Camilla Demario | 06/12/2013 16:00
No apartamento de Reinaldo Azevedo, em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo (SP), moram dois cachorros, um hamster e uma tartaruga. “Tartaruga é o bicho mais malcriado, chamo de ‘mau-caráter’”, revela. Apreciador de uísques, o colunista fuma cerca de um maço de Hollywood por dia e adora tomar caipirinha na praia, mas evita frequentar bares de jornalistas. “Não porque não goste, mas para deixá-los à vontade. Vivo aqui na minha casa”, diz.

Crédito:Luiz Murauskas
Azevedo é colunista de "Veja", do jornal Folha de S.Paulo e rádio Jovem Pan
O estilo de vida caseiro não pode ser confundido com uma personalidade amena. “Tio Rei”, como foi apelidado por seus leitores, desperta paixões. “O ódio é muito mais fiel do que o amor. Pode parecer que é do Nelson Rodrigues, mas é meu mesmo. Os leitores que me amam, não me leem todo dia. Reclamam que eu tenho muito trânsito na internet? Boa parte é de gente que me detesta. Eu sei disso. Mas eles ajudam a fazer parte da fama que acham que eu não devo ter”, diz.

A estreia de Azevedo como colunista da Folha de S.Paulo, no final de outubro deste ano, mais uma vez o colocou no calor das discussões. Colegas do jornal usaram o próprio veículo para expor suas opiniões: Suzana Singer, a ombudsman, o chamou de “rottweiler” enquanto Antonio Prata, colunista, ironizava uma guinada à direita do jornal com sua contratação. Não foram as primeiras críticas públicas vindas de colegas de profissão.

Em uma de suas colunas em O Globo, Miriam Leitão o classificou como “lixo”. E Reinaldo Azevedo tem plateia. O seu blog, hospedado no site Veja.com desde 2006, tem 200 mil visualizações diárias e é um dos mais acessados do Brasil. São mais de 60 mil fãs no Facebook e 75 mil seguidores no Twitter. É, ainda, autor de quatro livros, entre eles o best-seller “O País dos Petralhas”, que acabou gerando “O País dos Petralhas II – O inimigo é o mesmo”, lançado em 2012.

Reinaldo se define católico, conservador, liberal e caipira. Nascido em uma família grande e humilde de Dois Córregos, no interior de São Paulo, é casado, pai de duas meninas. Sua mãe era empregada doméstica e o pai trocava mola de caminhão. Ainda criança veio morar no ABC paulista, berço do movimento sindical que lançou Lula ao governo, mas o engajamento político só nasceu na faculdade, quando lutou contra a ditadura pela Convergência Socialista, organização civil de inspiração trotskista.

“Se for buscar analogia é hoje o PSTU”, explica Azevedo com um sorriso no rosto. Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, chegou a cursar Letras na Universidade de São Paulo (USP), mas sem conclusão. O primeiro emprego foi como professor de literatura para ensino médio, e a estreia no jornalismo como editor-chefe do Diário do Grande ABC. Depois de duas passagens pela Folha, uma delas como coordenador de política da sucursal de Brasília, foi editor-chefe das revistas República, Primeira Leitura e Bravo!, da editora Dávila. E, desde 2006, colabora com a Veja.

Leia a reportagem completa na edição 296 de dezembro da IMPRENSA.