*Atualizado às 14h20.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu na última terça-feira (27) um pedido de direito de resposta encaminhado pela coligação "Para o Brasil Seguir Mudando", que apoia a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência, contra reportagem veiculada pela revista Veja desta semana, intitulada "Índio Acertou o Alvo".
A matéria trata sobre as declarações polêmicas do deputado e candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB), Índio da Costa (DEM), que afirma que o PT tem ligações com o narcotráfico e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em declaração ao portal Terra, o advogado do PT, Márcio Silva, disse que a Veja "requentou" a questão sobre as Farc, e que a linha editorial da revista tomou para si as afirmações de Costa. "Quando se fala jornalisticamente sobre o episódio, tudo bem, mas quando, editorialmente, tomam a posição dele para si, achamos por bem pedir direito de resposta", disse Silva.
A Veja havia publicado uma matéria, em 2005, intitulada "Tentáculos das Farc no Brasil", que abordava uma possível relação entre o partido governista e o grupo colombiano.
Ao Portal IMPRENSA, Silva afirmou que a Veja publicou a matéria para "macular a imagem" do PT e de seus filiados, e que o tratamento dado aos adversários de Dilma (Serra e Costa) seria "enaltecedor": "O que se vê no caso é a intenção deliberada de fazer ligação inequívoca do partido justamente com aqueles que supostamente atuam na atividade repudiada pela sociedade", disse o advogado.
Silva afirmou, também, que em uma campanha eleitoral, "a disputa de ideias e opiniões é válida, mas não se pode desbordar para a calúnia, difamação e a injúria, razão pela qual existe o mecanismo do direito de resposta, mediado pelo Judiciário."
O PT enviou uma possível resposta a ser publicada pela revista, em que menciona o combate ao narcotráfico no governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a prisão do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, em 2007. O texto ocuparia uma página.
A coligação "Para o Brasil Seguir Mudando" também havia feito uma solicitação para que o jornal Folha de S.Paulo retirasse de seu portal da internet um vídeo com uma entrevista de Costa, em que ele novamente alegava que o PT era ligado ao narcotráfico. A Folha se recusou a retirar a entrevista.
Perguntado pela reportagem se o pedido de retirada do vídeo da Folha.com poderia ser classificado como censura, o advogado do PT respondeu: "Os mecanismos até agora utilizados são previstos na legislação, nos costumes e em nossa cultura jurídico-política. A análise das iniciativas são criteriosas. Não se confunde o direito de informar e opinar com a deliberada intenção em ofender, notadamente quando o ofensor se vale da mentira e manipulação de informações".
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