A pesquisa do Observatório da Branquitude reuniu 39 termos técnicos com o objetivo de municiar estudantes, professores, pesquisadores, jornalistas e demais pessoas interessadas sobre termos relacionados a assuntos de identidade racial branca, relações de poder e desigualdades raciais. Além das definições dos verbetes, o glossário apresenta o referencial teórico pesquisado na elaboração do documento, sob responsabilidade da jornalista Juliana F. Gonçalves, mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos e cofundadora da Firma Preta.
No “Glossário de Termos - Branquitude e Relações Raciais” pode-se encontrar uma definição simples e objetiva para cada um dos verbetes conceituais mais utilizados no debate étnico-racial, como Ações Afirmativas, Anticotas, Amefricanidade, além da diferença entre Branquidade e Brancura, passando também por conceitos de Colonialidade, Epistemicídio, Nanorracismo, entre outros. O documento cita os termos cunhados por estudiosos brasileiros e internacionais, como Edward Telles, Sueli Carneiro, Lilian Schuartz, Kabengele Munanga e Guerreiro Ramos.
Fundado em 2022, o Observatório da Branquitude é uma iniciativa de Manuela Thamani e Thales Vieira dedicada a produzir conhecimento e incidência estratégica com foco na branquitude e suas estruturas de poder, materiais e simbólicos. Contando com uma equipe integralmente negra, multidisciplinar e com paridade de gênero, o Observatório da Branquitude é uma organização da sociedade civil que tem centralidade temática na análise da identidade racial branca e suas estruturas de poder. A publicação digital é a primeira produzida pelo Observatório a reunir um amplo conjunto de categorias e definições relevantes para o debate.
Para Manuela, mestra em comunicação e co-diretora executiva do Observatório da Branquitude, a elaboração do material está em consonância com a própria existência do projeto. “O cerne do trabalho do Observatório é gerar reflexão e instrumentalizar essas discussões para que possamos, com base em dados e incidência estratégica, nos mobilizar de forma mais assertiva por mudanças estruturais em prol de populações historicamente violentadas, como é o caso da população negra no Brasil e no mundo. O glossário é uma pequena contribuição para a pavimentação desse caminho, dando definição e contorno às desigualdades para que elas possam ser combatidas”, reforça.
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