Repórter do WSJ e outros dois jornalistas ganham liberdade após troca de prisioneiros entre Rússia e Ocidente

Redação Portal IMPRENSA | 01/08/2024 14:08
Uma grande troca de prisioneiros entre a Rússia e sete países (EUA, Rússia, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega e Belarus) teria resultado na libertação, hoje, de ao menos três jornalistas. 

Entre eles estão o repórter Evan Gershkovich, do The Wall Street Journal (WSJ), e a jornalista americana-russa Alsu Kurmasheva, da Radio Free Europe / Radio Liberty (RFE/RL). Evan ficou preso por 16 meses e foi condenado, em julho, pela Justiça russa, a 16 anos de detenção por espionagem. Por sua vez, Kurmasheva havia sido presa por autoridades russas em outubro do ano passado e foi condenada, também em julho, a seis anos e meio de detenção.  
Crédito: Reprodução RSF
Evan Gershkovich e Alsu Kurmasheva: liberdade após maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria
Crítico do presidente Vladimir Putin e da guerra da Ucrânia, o jornalista russo Vladimir Kara-Murza, condenado ano passado a 25 anos de prisão, também teria sido envolvido na troca de prisioneiros. Julgado e condenado por crimes diversos, incluindo divulgar “informações falsas” sobre as forças armadas russas e participar de atividades de uma “organização indesejável”, ele cumpria pena de 25 anos de prisão. 

No lado russo, teriam sido libertados prisioneiros presos por espionagem, homicídio e outros crimes. 

Turquia

As informações sobre a troca de prisioneiros foram passadas por autoridades turcas, que teriam ajudado a intermediar as negociações. De acordo com tais fontes, no total a troca envolveu a libertação de 29 prisioneiros. Dez deles teriam sido enviados para a Rússia, 13 para a Alemanha e três para os EUA. Os aviões, ainda segundo as fontes turcas, partiram da capital Ancara.

Caso as informações forem confirmadas, trata-se da maior troca de prisioneiros entre a Rússia e países do ocidente desde a Guerra Fria. 

Sinais de uma grande troca de prisioneiros entre Rússia e países do Ocidente se multiplicaram nos últimos dias, quando opositores do Kremlin haviam sido retirados inesperadamente de suas prisões, sem maiores explicações.

O movimento sugeria que as autoridades estavam se reunindo, provavelmente em Moscou, para negociar a troca. Ademais, Putin teria assinado uma série de decretos secretos em 30 de julho para perdoar dissidentes presos pela Rússia. Todos seriam considerados por entidades internacionais de defesa dos direitos humanos prisioneiros políticos detidos injustamente. 

A despeito do grande número de prisioneiros libertados hoje, esse tipo de acordo não é novidade. Em 2022, a Rússia trocou a jogadora americana de basquete Brittney Griner, condenada a nove anos por porte de óleo de cannabis, pelo traficante de armas Viktor Bout, que estava cumprindo pena nos EUA.

Já em 2010, uma troca de prisioneiros entre a Rússia e países do Ocidente resultou na libertação de 14 pessoas.