Assoiação civil dedicada à defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa na Venezuela, a Espacio Público divulgou hoje um balanço dos casos de ataques ao jornalismo registrados durante as eleições presidenciais do país.
Somentente ontem, dia da votação, a entidade notificou 29 casos e 30 denúncias de violação do direito à liberdade de expressão. Os episódios abarcam intimidação, censura e agressão. Dentre as vítimas, há 32 jornalistas, 7 veículos de notícias, 2 repórteres fotográficos e um cinegrafista.
Também foram registradas detenções de dois jornalistas e um cinegrafista. As regiões venezuelanas com mais registros de ataques à liberdade de imprensa foram Bolívar (4), Miranda (4) e a capital Caracas (3).
Crédito: Reprodução Spacio Publico
A seguir, veja um resmo dos casos de violência contra jornalistas nas eleições oficialmente vencidas por Nicolás Maduro.
- A jornalista Yanara Vivas disse que foi fotografada por dois sujeitos quando conversava com o responsável do Plano República, que negou o acesso à imprensa credenciada do centro de votação da cidade de Mérida, localizada na Cordilheira dos Andes, no noroeste da Venezuela.
- A rádio Fe y Alegría 92.1 FM, localizada em Delta Amacuro, foi tirada do ar em 28 de julho.
- Assessores de imprensa de María Corina Machado, líder da oposição, foram impedidos de entrar na escola Elena de Bueno, onde a ex-deputada, que teve seu mandato cassado de forma arbitrária, exerceu seu direito de voto.
- No estado de Cojedes, funcionários de diferentes meios de comunicação (Últimas Noticias, VTV, Venevisión, Digital Visión, Agencia Cojedeña de Investigacion) relataram terem sido intimidados por funcionários do governo Maduro.
- Na cidade de Puerto Ordaz, repórteres relataram que os funcionários do centro de votação da Escuela Simón Rodríguez não deixaram a imprensa fazer o seu trabalho.
- Na capital Caracas, estudantes da UNES alegaram que, se não votassem em Maduro, não obteriam seus diplomas.
- Também em Caracas, Luna Perdomo, jornalista do Tal Cual, relatou intimidação por parte de um funcionário do governo no centro de votação Tomás Vicente González.
- Nas cidades de Los Valles del Tuy, Guatire e Guarenas, jornalistas não tiveram acesso aos centros eleitorais, apesar de possuírem credenciais.
- Em La Guaira, Roison Figuera, também do Tal Cual, disse que funcionário do governo tiraram fotos suas e de seus documentos.
- O jornalista autônomo Jesús Piñero foi detido por duas horas pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB) em Caracas.