O jornalista norte-americano Ewan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal detido pelo regime de Vladimir Putin desde março de 2023, foi condenado hoje a 16 anos de prisão pela Justiça russa.
Primeiro jornalista americano preso pela Rússia sob acusação de espionagem desde a Guerra Fria, Evan Gershkovich foi capturado quando fazia uma reportagem na região dos Montes Urais, sobre um complexo militar russo.
Filho de soviéticos que moram nos EUA, Evan já trabalhou em veículos como The Moscow Times e New York Times.
Crédito: Alexandre Nemenov-reprodução FSP/AFP
Ao lado de policial russo, Evan ouve o veredicto: 16 anos de prisão por espionagem
Segundo a Procuradoria-Geral da Rússia, o jornalista obteve informações secretas, em nome da CIA, relativas à fabricante de tanques Uralvagonzavod, uma das principais indústrias bélicas do país.
Para analistas internacionais, a condenação é mais um indício de que o Kremlim deseja trocar a liberdade de Evan pela de cidadãos russos detidos nos EUA.
Repercussão
A condenação vem sendo condenada por autoridades e empresários. CEO da Dow Jones e editor do Wall Street Journal, Almar Latour chamou a decisão da Justiça russa de "escandalosa" e disse que o jornalista está "detido injustamente por exercer o seu trabalho".
Alto representante da União Europeia (UE) para Política Externa, Josep Borrell também condenou a pena de prisão ao afirmar que "a Rússia usa o seu sistema jurídico politizado para punir o jornalismo".
Já Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, disse que a libertação de Evan é uma das prioridades de seu governo.