Com base em investigações da Polícia Civil, a reportagem "O Ibope subiu, e o Pix sumiu", assinada por André Uzêda e publicada hoje na revista piauí, informa que o jornalista Marcelo Castro, um dos principais nomes da TV Record na Bahia, é suspeito de desviar dinheiro de doações feitas para pessoas cujas histórias foram tema de reportagens da edição local do programa Balanço Geral.
Com 160 mil seguidores no Instagram, Castro, também conhecido por coberturas de operações policiais, teria participado de campanhas para arrecadar dinheiro para adultos e crianças pobres e doentes custearem seus tratamentos.
Um dos casos suspeitos envolve um menino de 1 ano de idade que tinha tumores no crânio e na barriga e precisava de R$ 365 mil para a compra de remédios. O Balanço Geral cobriu o caso no ano passado, divulgando nas matérias o número de um Pix para doações.
Teriam sido arrecadados quase R$ 110 mil. Jogador brasileiro do time de futebol árabe Al-Nassr, Anderson Talisca teria entrado em contato com a emissora para doar mais de R$ 70 mil. Segundo o delegado Charles Leão, titular da DreofCiber (Delegacia de Repressão a Crimes de Estelionato Por Meio Eletrônico), pessoas ligadas ao atleta ficaram desconfiadas quando a produção do programa lhes informaram uma chave Pix diferente da divulgada nas matérias.
O Pix divulgado ao vivo pertenciaria a um barbeiro e apenas R$ 40 mil dos cerca de R$110 mil arrecadados teriam chegado à família da criança, que acabou morrendo. Segundo a polícia, R$ 27 mil foram para a cona bacária de Castro via boleto e transferências. Editor-chefe do programa, Jamerson Oliveira também está envolvido na suspeita de estelionato.
Ainda de acordo com a investigação, somente entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, Oliveira e Castro participaram de um esquema que desviou mais de 500 mil reais em doações feitas a 13 famílias cujas histórias foram tema de reportagens do Balanço Geral. Os dois jornalistas negam as acusações. A dupla é defendida pelo advogado Marcus Rodrigues. Procurado pela piauí, ele afirmou que não pode dar nenhuma declaração pois o caso está sob sigilo judicial.
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