Estudo sobre ataques a jornalistas brasileiras é lançado com presença de Nobel da Paz

Redação Portal IMPRENSA | 30/04/2024 09:20
Feito pela organização #ShePersisted, em parceira com a empresa de análise de dados The Nerve, esta fundada pela jornalista filipina Maria Ressa, vencedora do prêmio Nobel da Paz por sua defesa da liberdade de imprensa, o estudo "Ataques relacionados a gênero e desinformação" será lançado neste 1 de maio, em São Paulo, durante reunião paralela ao encontro do G20 sobre integridade da informação.

O trabalho, cujo lançamento conta com presença de Ressa, analisou mais de 1,15 milhão de publicações e comentários ofensivos contra jornalistas mulheres e políticas brasileiras veiculados, entre 2019 e 2024, no X (ex-Twitter), Facebook e YouTube. 

Além de demonstrar que os ataques online frequentemente miram a credibilidade, inteligência e reputação das vítimas, o trabalho indica que tais publicações ofensivas muitas vezes são compartilhadas em páginas da extrema direita nacional. 
Crédito: Reprodução TV Cultura
Maria Ressa, durante entrevista ao programa Roda Viva, em 2023
Entre as mulheres mencionadas nas publicações estão as jornalistas Daniela Lima, hoje na GloboNews, Amanda Klein, da Rede TV! e Jovem Pan, Vera Magalhães, da TV Cultura e O Globo, Miriam Leitão, da GloboNews, e Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Grau de agressividade

Também foram avaliadas publicações atacando as deputadas federais Tabata Amaral (PSB-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Duda Salabert (PDT-MG), Erika Hilton (PSOL-SP), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a ministra do Planejamento Simone Tebet, e as ex-deputadas federais Manuela D’Ávila e Joice Hasselmann.

As publicações foram classificadas de acordo com seu grau de agressividade, além de níveis de ofensa e falsidade. O levantamento indicou que as postagens com conteúdo considerado mais tóxico eram respostas a críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e aliados.

Ademais, o trabalhou revelou que os ataques frequentemente miravam a credibilidade, inteligência e reputação das vítimas. Dentre as ofensas mais repetidas, destaque para "besta quadrada", "burra", "idiota", "louca", "esquizofrênica" e "não bate bem da cabeça". Acusações de "antipatrióticas", "comunistas", "bandidas" ou "traidoras" também são frequentes na análise, assim como ofensas referentes à aparência física e à sexualidade das vítimas.

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