Projeto de combate à desinformação lançado pelo jornal Folha de S. Paulo esta semana, o Checamos foi alvo de críticas por ser patrocinado pela Philip Morris Brasil, gigante tabagista que se apresenta como segunda maior empresa do setor no país.
Fundadora da Agência Lupa, a jornalista Cristina Tardáguila classificou a parceria como "grave". "Uma das indústrias que mais esconde dados e que fabrica desinformação sanitária do mundo quer, agora, lavar a marca apoiando projeto de checagem. E a Folha topa...", criticou Cristina em suas redes sociais.
Na mesma linha, o jornalista Marcelo Soares, que dirige o estúdio de inteligência de dados Lagom Data, ironizou o patrocínio da Philip Morris ao projeto de checagem da Folha observando que, além de colocar em prática "maneiras criativas de fazer anúncio de produtos que não se pode anunciar", durante décadas a indústria do cigarro investiu pesado para "soterrar evidências científicas de que seu produto causa câncer".
Segundo a Philip Morris, a parceria reforça seu compromisso por um debate pautado em fatos e informações verídicas.
Desinformação eleitoral
Segundo comunicado da Folha, o projeto Checamos abordará diversos temas, de cultura a política, e foi criado para verificar conteúdos potencialmente falsos que estão viralizando nas redes sociais e aplicativos de mensagem.
Serão verificados conteúdos em diferentes formatos, como texto, foto e vídeo. Também no escopo das checagens estão conteúdos criados com o uso de inteligência artificial em períodos eleitorais.
Diretor de redação da Folha, Sérgio Dávila declarou, por ocasião do lançamento, que combater a desinformação é "atividade precípua do jornalismo". O jornalista também classificou as redes sociais como "acelerador de partículas de fake news".
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