Jornalistas que cobrem pautas indígenas na AL lançam manifestos e buscam estabelecer protocolo de segurança

Redação Portal IMPRENSA | 04/04/2024 14:18
Integrantes da Red Tejiendo Historias (Rede Tecendo Histórias), que foi criada na Colômbia em 2019 e conta com cerca de 400 comunicadores de 17 países latino-americanos, jornalistas que cobrem pautas indígenas na região estão buscando melhores condições de trabalho, mais acesso a informação e formas de promoção de suas reportagens. 

Para isso, lançaram os manifestos “#LaPalabraEnRiesgo: Voces del territorio por la vida” (Palavra em Risco: Vozes do território pela vida), e “#LaPalabraEnRiesgo: Comunicamos para sanar la memoria” (Palavra em Risco: Comunicamos para curar a memória).
Crédito: Reprodução Agenda Propia
À Latam Journalism Review, Cindy Amalec Laulate Castillo, integrante da rede e comunicadora indígena do povo Tikuna-Magüta, da Colômbia, explicou que a iniciativa também busca estabelecer garantias de segurança aos jornalistas que atuam em territórios indígenas.

Formação jornalística

Os manifestos também buscam facilitar canais de comunicação, realizar formação jornalística e promover espaços editoriais com comunidades e lideranças de povos indígenas.

Além de salientar a necessidade de preservar a integridade dos comunicadores e jornalistas, os manifestos defendem a segurança das comunidades e dos territórios indígenas, que são considerados locais sagrados.

Edilma Prada, jornalista e fundadora da Agenda Propia, explica que a rede revisou os protocolos de várias organizações de defesa e liberdade de imprensa. "Esperamos melhores condições para realizar jornalismo de forma harmônica, respeitando as narrativas dos territórios."

Ainda segundo a jornalista, já foram realizadas discussões sobre a segurança dos membros da rede, inclusive com profissionais da Deutsche Welle Academy, além de especialistas em meios de comunicação e promotores da liberdade de expressão.

A criação do protocolo de segurança seria mais uma forma de reivindicar direitos dos comunicadores indígenas. “É preciso tornar visíveis a comunidade, a organização e o território, para podermos dizer: estamos aqui também como comunicadores indígenas e não indígenas, reivindicando os direitos dos povos indígenas", conclui Laurate Castillo.

Leia também