A rede árabe Al Jazeera, com sede no Qatar, denunciou as forças israelenses por prender e espancar o jornalista Ismail al-Ghoul, um de seus correspondentes na cidade de Gaza. O episódio teria ocorrido ontem, no Hospital al-Shifa, um dos maiores do território palestino, onde al-Ghoul estava com outros repórteres para cobrir um novo ataque do exército israelense ao local.
Alegando que membros do Hamas usam os hospitais de Gaza para se refugiar, as forças israelenses têm feito recorrentes operações militares nestes locais. Há relatos de que milhares de civis, incluindo equipes médicas, pacientes e suas famílias, estão sendo mantidos presos no al-Shifa por conta dessas operações.
Crédito: Reprodução Al Jazeera
Repórter Ismail al-Ghoul teria sido espancado e levado por forças israelenses para local desconhecido
Ainda de acordo com a Al Jazeera, seu correspondente foi arrastado no centro médico por membros das forças israelenses, que também destruíram os veículos de transmissão das equipes de notícias.
Também repórter da Al Jazeera, Hani Mahmoud disse que al-Ghoul foi torturado, espancado e detido pelos militares israelenses.
Outros casos
Em comunicado publicado hoje, a rede árabe exigiu a libertação imediata de al-Ghoul. Citando as mortes de jornalistas veteranos que trabalhavam para a empresa, como Shireen Abu Akleh, Samer Abu Daqqa e Hamza Dahdouh, e o bombardeio de seu escritório em Gaza, o texto também afirmou que as agressões e a detenção de al-Ghoul integram uma série de ataques à rede com sede no Qatar, cujo posicionamento editorial é abertamente crítico a Israel.
Além dos profissionais de imprensa, muitos palestinos teriam sido espancados e levados em um caminhão militar israelense para um local desconhecido.
Por possuirem geradores e sinal internet, os hospitais de Gaza têm sido a base de trabalho dos jornalistas que cobrem a guerra entre Israel e o Hamas iniciada em outubro do ano passado.