Cobertura do carnaval pela Globo é criticada por diminuir participação de repórteres

Redação Portal IMPRENSA | 15/02/2024 15:47
Além de fomentar inúmeros comentários negativos nas redes sociais, a cobertura dos desfiles do carnaval 2024 pela Globo foi alvo de críticas presentes em artigos de opinião publicados em grandes jornais e até mesmo em uma nota emitida pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). 

Na mesma linha dos internautas e articulistas, a entidade criticou a emissora por diminuir o espaço de repórteres e jornalistas na transmissão, que pela primeira vez foi comandada por profissionais das áreas de entretenimento e esporte.

A decisão, que alçou Karine Alves e Alex Escobar a apresentadores do desfile das escolas do grupo especial do carnaval carioca, teria levado a erros básicos e a uma falta crônica de informações durante as transmissões.
Crédito: Reprodução Globo
Karine Alves e Alex Escobar comandaram transmissão do desfile na Sapucaí
"Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou os espectadores sem informações cruciais sobre a festa", diz a nota da Fenaj, que enfatizou "a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional."

A entidade destacou ainda que, "por meio de reportagens, os repórteres oferecem uma visão abrangente das tradições, dos desafios e das transformações do Carnaval, proporcionando uma reflexão crítica sobre seu impacto na sociedade e enriquecendo a compreensão pública do evento."

Influencers

Além de apresentadores da área esportiva, este ano a Globo abriu espaço na cobertura do carnaval para atores e influenciadores digitais.

Dentre os erros que teriam ocorrido na transmissão do desfile na Sapucaí, internautas reclamaram que a escola Porto da Pedra estava na avenida já fazia dez minutos, mas os apresentadores no camarote não sabiam. Ademais, as celebridades encarregadas das entrevistas não estariam ligadas em fatos negativos ou noticiosos, como atrasos, atropelamentos de foliões por carro alegórico e problemas com alegorias.

Outras críticas recaíram sobre perguntas supostamente óbvias, entrevistas capengas, falta de senso de reportagem e desconhecimento da pauta carnaval como um todo.

Para Juremir Machado da Silva, profissional veterano da gaúcha Matinal Jornalismo, "nem só das pernas nuas das celebridades do BBB e das novelas se faz uma cobertura jornalística de carnaval". 

"O paradoxo do jornalismo de eventos de entretenimento é este mesmo: assumir a descontração do acontecimento sem deixar de revelar as falhas que os organizadores adorariam suprimir. O telespectador dormiu ignorando quase tudo."