Para silenciar imprensa palestina, Israel mantém dezenas de jornalistas presos

Redação Portal IMPRENSA | 09/01/2024 12:04
Organização com sede na França que atua em defesa da liberdade de imprensa, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) informou hoje que, desde 7 de outubro, quando foi atacado pelo Hamas, Israel prendeu 38 jornalistas palestinos. Destes, 31 ainda encontram-se detidos. Segundo a entidade, as prisões são arbitrárias, envolvem tortura e visam silenciar a imprensa palestina. 

Libertada hoje, Diaa al-Kahlout, correspondente do site de notícias Al-Araby Al-Jadeed, ficou detida durante um mês sem uma acusação formal.  Em um vídeo vazado em 7 de dezembro por um soldado do exército israelense no norte de Gaza, ela aparece ajoelhada no meio de um grupo de detidos seminus. Diaa foi presa por uma patrulha israelense que invadiu e incendiou sua casa na cidade de Beit Lahia, situada no norte de Jabalia.
Crédito: Reprodução


Prisões em massa na Cisjordânia

Do total de prisões de jornalistas palestinos por Israel, 34 teriam ocorrido na Cisjordânia, uma em Gaza e uma em Jerusalém Oriental. Os jornalistas detidos trabalham de forma independente ou para meios de comunicação palestinos como J-Media, Maan News Agency, Sanad e Radio al-Karama.

Os jornalistas presos recebem tratamento desumano, não podem receber visitas e a grande maioria está detida em locais secretos em Israel, informa a RSF. 

Entre os jornalistas libertados, alguns permanecem em prisão domiciliar. É o caso da jornalista independente Somaya Jawabra, libertada sob fiança em 22 de novembro, 17 dias após a sua detenção. Sob vigilância por tempo indeterminado, ela estaria proibida de usar a Internet e de falar com a imprensa.

"Desde o início da guerra, Israel tem utilizado procedimentos de 'detenção administrativa' contra jornalistas. Isso significa que a pessoa é presa sem notificação de acusações, sob o pretexto de que pretende infringir a lei. Os detidos podem ser mantidos na prisão até seis meses – período renovável por simples ordem de um juiz israelita", diz a RSF, lembrando que o conflito já resultou na morte de mais de 80 profissionais de imprensa somente em Gaza. 

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