Escrita ajudou a superar burnout, diz jornalista Luciane Rodrigues, que está lançando livro sobre a maternidade

Redação Portal IMPRENSA | 18/10/2023 19:04
Com 20 anos de experiência em emissoras como Rede TV!, Band e Record TV, a jornalista Luciane Rodrigues está lançando pela editora Labrador o livro Maternidade com autoamor: práticas de autocuidado para mães exaustas. Com 112 páginas e prefácio da também jornalista, escritora e mãe Ana Holanda, a obra busca narrar o processo de transformação pelo qual as mulheres passam quando dão à luz e destacar o papel de práticas coletivas e do compartilhamento de experiências para superar os desafios dessa fase da vida feminina.

Embora não seja uma autobiografia, o livro narra passagens da vida da autora, incluindo um aborto espontâneo, a morte da mãe, o nascimento dos dois filhos, o sentimento de abandono no puerpério e a importância da escrita nessa trajetória. 

Para Luciane, logo após se tornar mãe a mulher vive um momento de cobranças intensas por felicidade, competência e perfeição no cuidado com os filhos. "Ela pode cair no abismo da anulação se não perceber isso logo. A escrita terapêutica me ajudou a conhecer melhor aquela mulher que renasceu e que não queria abrir mão de si para agradar ao mundo. Eu compreendi que precisava de um olhar de autocuidado e de autoamor para não cair no abismo também."
Crédito: Divulgação
Livro destaca importância de práticas coletivas para superar esgotamento mental que pode surgir após a maternidade
A jornalista também se debruçou sobre o processo de esgotamento mental sofrido após o nascimento do primeiro filho. "Virei a mãe zumbi. Não dormia. Usava toda a minha energia para trabalhar e amamentar. Dia e noite. Com exaustão. Culpa. E saudades da minha mãe, que já estava doente", relata, acrescentando que tais experiências resultaram em um processo que ela chama de "burnout materno".

Jornada de cura

Em sua jornada de cura, Luciane colocou em prática a "escrita terapêutica". Ela fez um blog e estreou como colunista do portal "Mães que escrevem". Sempre compartilhando reflexões sobre autocuidado, também tocou o projeto "Mãenuscritos - textos de mãe", onde compartilha textos sobre maternidade, alimentação, feminismo e autocuidado.

"Depois de cinco anos pesquisando e escrevendo sobre as questões sociais da maternidade no Brasil, decidi condensar as minhas ideias num livro. (...) A escrita terapêutica que passei a praticar me mostrou que eu não estava sozinha. E que as minhas questões não eram só minhas. Eram de outras mulheres-mães também", ressalta.

Para ela, mais do que palavra da moda, o autocuidado deveria estar ao alcance de todas as mulheres como prática coletiva. "Precisamos lutar para que todas as mulheres-mães possam ter o autocuidado que necessitam para viver melhor. E essa luta envolve debates, ativismo, questionamentos. A pausa e o descanso são necessários para restabelecer forças. Pude perceber isso na minha própria trajetória. Falar de autocuidado exige um compromisso ético e uma posição política. O bem-estar não é um privilégio, mas um direito".