Três anos após encerrar a a operação no Brasil, o veículo de notícias Vice, que tem sede em Nova York e foi criado em 1994 com a proposta de oferecer reportagens de acesso gratuito na internet, entrou hoje com com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
Focado em público jovem e em conteúdos considerados transgressores sobre temas como estilo de vida, drogas e sexo, o veículo com fama de "bad boy" aderiu a um dispositivo legal da legislação americana sobre falências que lhe permite, enquanto busca sanar as dívidas, manter-se ativo e adiar os prazos de pagamento aos credores.
O pedido de recuperação judicial da Vice, que tem cerca de 30 escritórios pelo mundo e produz conteúdo em 25 idiomas, também prevê que seu credores, que incluem a Fortress Investment Group, o Soros Fund Management e a Monroe Capital, paguem cerca de US$ 225 milhões pela empresa e assumam suas responsabilidades financeiras.
Volta por cima?
Ainda de acordo com o processo judicial, os ativos e passivos da Vice estão na faixa de US$ 750 milhões.
À BBC, um porta-voz disse que a Vice "espera emergir como uma empresa financeiramente saudável e mais forte em dois a três meses".
Para que isso aconteça, uma das ideias é abrir o capital da empresa, que no mês passado demitiu vários colaboradores para diminuir gastos.
O enxugamento incluiu o cancelamento do programa de TV "Vice News Tonight"l.
Ainda segundo a BBC, os credores da Vice aprovaram o financiamento de US$ 20 milhões para manter a empresa em operação enquanto passa pelo processo de recuperação judicial.