MPF vai investigar incitação da Jovem Pan a movimentos golpistas

Redação Portal IMPRENSA | 09/01/2023 17:19
Na tarde desta segunda-feira (9 jan/23), poucas horas após a imprensa noticiar que Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, deixou a presidência do grupo Jovem Pan, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou a instauração de um inquérito civil para apurar a conduta da emissora na incitação aos atos antidemocráticos e de vandalismo que ocorreram neste domingo, em Brasília. 

A investigação do MPF também avaliará se a Jovem Pan violou direitos fundamentais da população e incorreu em abusos à liberdade de radiodifusão ao veicular notícias falsas e atacar os Poderes constituídos e o processo democrático do país.
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Tutinha deixou presidência do grupo Jovem Pan em meio a atos golpistas e invasão das sedes dos três Poderes 
No comunicado sobre a abertura do inquérito, o órgão informou que um levantamento realizado nos últimos meses detectou que a Jovem Pan "tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional". A campanha da emissora, prossegue o comunicado, coincide com a "escalada de movimentos golpistas e violentos em todo o país".

Ruptura institucional

O órgão cita o veterano jornalista político Alexandre Garcia e outros comentaristas da Jovem Pan por terem minimizado o "teor de ruptura institucional" do movimento golpista e os crimes cometidos pelos radicais que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes. 

Outros comentaristas da Jovem Pan citados nominalmente pelo MPF são Paulo Figueiredo - apontado como disseminador de notícias falsas sobre fraudes eleitorais e atuação política da Justiça e do Congresso - e Fernando Capez, que teria classificado os atos terroristas em Brasília como “manifestação claramente pacífica”. Também estão na mira do MPF o comentarista da Jovem Pan Rodrigo Constantino e sua colega Zoe Martinez.

O órgão enviou ofício determinando que a emissora forneça em até 15 dias informações sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas citados no inquérito. O documento também proíbe a empresa de excluir vídeos de seus canais no YouTube, "pois todo o conteúdo será objeto de investigação minuciosa".