Investigações do caso Dom e Bruno apontam elos entre atividades ilegais e prefeitura de Atalaia do Norte

Redação Portal IMPRENSA | 11/07/2022 11:26
Ao se apresentar à Polícia Federal, que o investiga por ligação com os homicídios do jornalista britânico Dom Phillips, do indigenista Bruno Pereira e do ex-colaborador da Funai Maxciel Pereira, o peruano Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, foi preso no último dia 7, em Tabatinga (AM). 

Suspeito de tráfico de drogas e compra ilegal de pescado, ele também é apontado como um dos possíveis mandantes do crime. Coelho foi detido em flagrante por porte de documentos falsos. A polícia acredita que ele financia expedições de caça e pesca ilegais na Terra Indígena (TI) do Vale do Javari e conhece Pelado, preso preventivamente por envolvimento na execução de Dom e Bruno.
Crédito:Juliana Pesqueira/Amazônia Real
Superintendente da PF no Amazonas, delegado Eduardo Alexandre Fontes, e delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Amazonas, Bruno Fraga, em coletiva de imprensa sobre caso Dom e Bruno
Segundo o repórter Sérgio Ramalho, enviado ao Vale do Javari pelo Programa Tim Lopes, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), para apurar as circunstâncias da morte da morte de Dom, o indigenista Bruno Pereira estava investigando supostos elos entre o grupo envolvido em atividades ilegais de caça e pesca predatórias na TI do Vale do Javari e a prefeitura de Atalaia do Norte (AM) . 

Entre os suspeitos figuram os servidores Jânio Souza e Laurimar Alves, que foram nomeados para cargos de confiança pelo prefeito Denis Paiva (UB).

Pereira estaria planejando entregar cópias do relatório com os nomes dos suspeitos e os cargos ocupados na administração municipal ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal e ao jornalista Dom Phillips.

Também na semana passada, a juíza responsável pela ação criminal relativa ao homicídio de Dom e Bruno, Jacinta Silva dos Santos, decidiu enviar o caso para a Justiça Federal. Ela atendeu a um pedido do Ministério Público do Amazonas, que considerou que o caso é de competência federal por envolver direitos indígenas. A Justiça Federal ainda precisa aceitar o caso.