O cerco feito pela Rússia à Ucrânia não tem se restringido às zonas de conflito e o disparo de mísseis. Por divulgar uma visão distinta do que deseja o Kremlin, os jornalistas também se tornaram alvo da Guerra que começou no último dia 24 de fevereiro.
No último dia 28 de fevereiro, uma equipe de reportagem do canal britânico Sky News sofreu uma emboscada nos arredores de Kiev. O vídeo que mostra dois dos jornalistas sendo atingido por tiros só veio à tona no último dia 4.
Crédito:Reprodução/Sky News
Câmera caída no chão enquanto jornalistas sofriam ataque
A gravação mostra a equipe pedindo para que os soldados parem. Os soldados, no entanto, não deram trégua. O repórter Stuart Ramsay teve um ferimento nas costas, e o cinegrafista Richie Mockler, levou dois tiros e foi salvo pelo colete à prova de balas. Todos já conseguiram retornar para o Reino Unido.
"Não sabíamos na ocasião, mas fomos informados por ucranianos que estávamos sendo emboscados por um esquadrão de morte russo", afirmou Ramsay. "Martin me disse que é um milagre que qualquer um de nós tenha saído vivo, muito menos nós cinco", completou.
O governo russo iniciou uma ofensiva também dentro do próprio país contra os profissionais. Uma nova lei foi criada para que a guerra não seja chamada de guerra, e sim de "operação militar especial". Pelo texto, toda referência sobre a ação militar que contenha palavras "invasão", "ataque", "guerra" ou sinônimos podem ser enquadradas como fake news, e podem render até 15 anos de prisão ao profissional.
A TV Rain, que fazia uma cobertura independente, saiu no ar no dia 3 após muita pressão.
Os jornalistas se despediram da audiência e saíram do estúdio ao vivo e, nos últimos segundos no ar, divulgou a mensagem "não à guerra". Segundo o governo russo, o canal seria temporariamente bloqueado por "incitar extermismo, abusar dos cidadãos russos causando perturbação em massa da calmaria e segurança do público e encorajando protestos".
Até mesmo a gigante BBC não passou imune à pressão comandada por Putin. Desde ontem, o canal saiu do ar na Rússia. A equipe já estava afastada dos trabalhos desde que a lei das fake news entrou em vigor.
Segundo o OVD-Info, mídia independente da Rússia que acompanha de perto as prisões no país, 13.513 pessoas já foram detidas nos protestos contra a Guerra da Ucrânia, muitos deles ativistas e jornalistas.
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