Jornalista morre e outro fica ferido em ataques de Israel e federações cobram providências

Redação Portal IMPRENSA | 20/05/2021 10:22

O apresentador de uma emissora de rádio palestina Yusef Abu Hussein morreu em um bombardeio israelense no bairro onde morava, Sheikh Radwan, em Gaza, na madrugada dessa quarta-feira (19), quando mais três pessoas foram mortas. Em outro ataque de bombas, no bairro de Tel al-Hawa, também em Gaza, o fotojornalista Mohammad Dahlan, da Agência Anadolu turca, ficou ferido, mas não corre risco de morte.

Crédito:Arquivo Pessoal
Yusef Abu Hussein

Desde o início da atual onda de violência na região, Yusef é o primeiro jornalista morto, mas outras dezenas já foram vítimas de diversos tipos de ataques nas duas últimas semanas. A categoria tem sido alvo de agressões, ameaças e falta de condições para trabalhar.


Por conta da situação, várias entidades profissionais pelo mundo se manifestaram e solicitaram aos governos de seus países intervenções junto a Israel para que cessem os ataques.


Movimento internacional por fim da violência


A Federação Internacional de Jornalistas e o Sindicato de Jornalistas Palestinos apelaram à comunidade internacional para que responsabilize Israel por seus crimes.


“Lamentamos a morte de nosso colega  Yusef Abu Hussein e enviamos nossas mais profundas condolências a sua família, amigos e colegas. Ele é mais uma vítima inocente do bombardeio brutal que os militares israelenses estão realizando em Gaza. Esta onda de violência deve parar. A segmentação de jornalistas deve acabar", disse o secretário Geral da Federação, Anthony Bellanger.


Na Tunísia, o Sindicato Nacional dos Jornalistas organizou um ato no dia 18, em frente ao parlamento, para chamar atenção para Gaza. No mesmo dia, a entidade de jornalistas profissionais da Jordânia organizou um encontro de solidariedade entre sindicatos da região para discutir campanhas conjuntas.


No Paquistão, a categoria convocou um protesto em todo o país contra os crimes israelenses que vitimam a mídia em Gaza.


Declarações e ações de solidariedade também partiram das filiais da Federação Internacional de Jornalistas na Arábia, no Kuwait , no Iêmen, no Líbano, no Iraque,  em Marrocos, na Mauritânia e no Egito.


Na  Europa, a União Nacional dos Jornalistas do Reino Unido promoveu o apelo da Federação ao Conselho de Segurança da ONU para instar os israelenses a parar de atacar meios de comunicação em Gaza e jornalistas palestinos na Cisjordânia. Além disso, 17 parlamentares apresentaram uma moção  no parlamento do Reino Unido em apoio ao pedido.


Na Bélgica e na França, as entidades locais se reuniram com seus governos para que se mobilizem em favor dos jornalistas em Gaza. Também se manifestaram sindicatos e federações na Grécia, na Espanha, na Noruega, na Itália, na Bósnia e na Bulgária.


Está marcada para domingo (23) uma manifestação de solidariedade à Palestina, convocada pelo sindicato espanhol, que terá apoio da Colômbia, Saara Ocidental e Curdistão.


As manifestações de solidariedade também partiram da África, do Sudeste Asiático, da Austrália, do Sri Lanka, do Canadá  e do Brasil, por meio da Fenaj.


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