Conteúdo falso sobre vacina da covid-19 aumentou no Facebook com o início da imunização

Redação Portal IMPRENSA | 25/02/2021 12:30

A vacinação contra a covid-19 foi iniciada este ano no Brasil já sob ataques de grupos negacionistas no Facebook, segundo apurou monitoramento da União Pró-Vacina, da Universidade de São Paulo.

Crédito:Uepa

A organização, que reúne também centros de pesquisa científica, monitora os dois maiores grupos brasileiros antivacina na plataforma e analisou conteúdos publicados entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, início da imunização em vários países. O número de conteúdos falsos sobre a vacina dobrou de um mês para o outro.


Foram localizadas no monitoramento 368 publicações com conteúdos falsos. Dessas, 111 foram postadas em dezembro e 257, em janeiro. Em análise anterior, realizada entre maio e julho de 2020, quando começaram os testes dos imunizantes no Brasil, o número de publicações mensais alcançava, no máximo, 87.


O período com mais publicações (39,7%) foi na segunda quinzena de janeiro, período em que as vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, e Covishield, da Universidade de Oxford, foram aprovadas pela Anvisa.


As interações também foram altas. As 368 postagens de dezembro e janeiro obtiveram 3.942 reações, 1.313 comentários e 2.372 compartilhamentos. A quantidade de posts por autor também chama a atenção: 126 autores foram responsáveis por todas as postagens, porém apenas 16 responderam por quase metade das publicações (48,10%).


Falhas da plataforma


No dia 3 de dezembro, o Facebook anunciou que começaria a remover informações falsas sobre vacinas contra a covid-19 e que afirmações sobre a segurança, eficácia, ingredientes ou efeitos colaterais das vacinas passariam por moderação.


Mas nos grupos analisados pela UPVacina, a medida não teve efeito. A disseminação continuou e a marcação de conteúdo falso foi feita em apenas 7,6% das publicações analisadas no monitoramento de dezembro e janeiro.


No início de fevereiro, o Facebook atualizou suas diretrizes e afirmou que iria ampliar a fiscalização de conteúdo falso. A plataforma disse que removeria grupos, páginas e contas que compartilhassem repetidamente informações falsas sobre covid-19 e vacinas.


No dia 10, o grupo antivacina brasileiro mais ativo não pôde mais ser acessado na plataforma. Já o outro grupo continua acessível.


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