Os diretores executivos do Facebook, Alphabet (Google) e do Twitter vão mais uma vez comparecer ao Congresso dos Estados Unidos para falar em um painel sobre a “desinformação que assola as plataformas online”. O encontro está marcado para 25 de março.
A iniciativa partiu do Comitê de Energia e Comércio da casa, que considera que as plataformas vêm permitindo a disseminação de fake news e agravando crises de desconfiança sobre a vacina de covid-19 e sobre eleições.
“Quer se trate de falsidades sobre a vacina covid-19 ou alegações de fraude eleitoral, essas plataformas online permitiram a disseminação de desinformação, intensificando as crises nacionais com consequências terríveis para a saúde e segurança públicas na vida real”, disse o presidente do Comitê, Frank Pallone, e os representantes Mike Doyle e Jan Schakowsky, presidentes de dois subcomitês, em uma declaração conjunta.
Eles também disseram que as empresas falharam em reconhecer seu papel mediador e de autorregulação, e aumentaram o alcance de informações falsas.
Serão ouvidos em uma audiência conjunta remota o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, do Google, Sundar Pichai, e do Twitter, Jack Dorsey. Esta será a sétima vez que Zuckerberg testemunha perante o Congresso desde 2018, e a quinta vez para Dorsey.
Críticas
O jornalista Glenn Greenwald, ex-Intercept, escreveu em seu blog que vê a iniciativa do Congresso como "intenção explícita de pressioná-los e coagi-los (os CEOs) a censurar mais conteúdo de suas plataformas" por meio do uso do poder do Estado.
Para Greenwald, "o Congresso viola a Primeira Emenda quando tenta exigir que as empresas privadas imponham restrições ao discurso baseadas em pontos de vista que o próprio governo estaria constitucionalmente impedido de impor".
Ele afirma ainda que os democratas da Câmara estão cada vez mais perto da linha constitucional, "se é que ainda não cruzaram".
Facebook rebate
O porta-voz do Facebook Andy Stone disse que a empresa espera apresentar as ações que têm feito para enfrentar os desafios online e demonstrar que não deveriam decidir sozinhas sobre o conteúdo que circula na internet.
Separadamente, um subcomitê de Energia e Comércio realizará uma audiência na quarta-feira sobre “a disseminação da desinformação e do extremismo pela mídia tradicional”.
Práticas contra a concorrência
Em julho do ano passado, o Congresso chamou os diretores da Amazon, Apple, Facebook e Google para um debate sobre monopólios e práticas contra a concorrência. Todos eles negaram ter mantido atuações para criar monopólios em seus segmentos e acabar com empresas menores.
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