Grupo de instituições científicas lança áudios para combater desinformação sobre vacinas no Whatsapp

Redação Portal IMPRENSA | 08/01/2021 08:52

As vacinas vão alterar o DNA das pessoas? É seguro tomar vacinas desenvolvidas tão rapidamente? A campanha mundial de vacina é uma estratégia para as empresas lucrarem? Desinformações e dúvidas como essas circulam facilmente pelo Whatsapp por meio de áudios, na maioria das vezes gravados por pessoas leigas no assunto ou com intenção de espalhar fake news.

Crédito:Agência Brasil

Por isso foram os áudios o formato escolhido pela União Pró-Vacina, grupo de instituições que atua no combate a informações falsas sobre imunização, para produzir conteúdo explicando e esclarecendo as principais fake news sobre vacinas e fazer com que elas sejam disparadas na rede social.


O grupo de professores, pesquisadores e estudantes teve a ideia após analisar conteúdos sobre a vacina contra o coronavírus recebidos no Whatsapp pelos próprios integrantes do projeto.


“Grande parte das fake news que saem sobre vacinas e coronavírus são disseminadas por áudios enviados por pessoas que estão conversando com alguém da família. Isso viraliza muito mais do que vídeos e qualquer informação correta”, avalia Wasim Syed, estudante de graduação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, guia da ONU no Projeto Halo e integrante da União Pró-Vacina.


O grupo adaptou materiais já postados em outras redes sociais, como o Facebook e o Instagram, para mensagens de áudio. Cada áudio traz a pergunta que será respondida, a apresentação de quem está fazendo o esclarecimento e a explicação correta embasada em fontes confiáveis, como revistas científicas.


“O áudio é ainda mais acessível para as pessoas porque ela não precisa saber ler para entender o conteúdo da mensagem. É diferente de um artigo ou um post um pouco maior no Facebook. Um áudio você só escuta. E a linguagem que estamos usando nessas peças é bem simples”, explica Wasim.


Os disparos são feitos duas vezes por semana pelos participantes do projeto, mas podem ser baixados e compartilhados por qualquer pessoa a partir deste link.


A iniciativa que começou em dezembro já tem dado bons resultados. “Uma das mensagens que fizemos falava sobre um possível impacto da velocidade de desenvolvimento das vacinas em sua qualidade, sua eficácia e sua segurança. Era um áudio curto, de aproximadamente dois minutos. E circulou tanto que, em pouco tempo, uma colega recebeu a mensagem em um grupo de caronas. Ou seja, está tendo o efeito esperado”, comemora o estudante.


“Se esse tipo de mensagem realmente viralizar como esperamos, pode ser uma opção interessante para grupos de divulgação científica ou que atuam contra fake news”, completa.


Instagram


A União Pró-Vacina também começou a divulgar informações no Instagram. O perfil também serve para esclarecer dúvidas e desmistificar fake news sobre vacinas. Em pouco mais de um mês, já são mais de 800 seguidores.


Para a União Pró-Vacina, expandir a presença nas mídias sociais é fundamental neste momento em que o mundo começa a vacinação contra a covid-19, e a desinformação sobre o tema é crescente na internet.


A União Pró-Vacina é formada pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) Polo Ribeirão Preto da USP em parceria com o Centro de Terapia Celular (CTC), o Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), a Ilha do Conhecimento, a Vidya Academics, o Gaming Club da FEA-RP, o Instituto Questão de Ciência e o Pretty Much Science.


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