Bolsonaro fez um ataque à imprensa a cada três dias

Redação Portal IMPRENSA | 02/12/2019 18:41
Ao longo do ano, o presidente Jair Bolsonaro fez 111 ataques à imprensa, segundo monitoramento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o que dá uma média de um ataque a cada três dias. Somente em novembro foram registradas 12 ocorrências.

O levantamento foi feito entre 1º de janeiro e 30 de novembro e considerou os discursos e as entrevistas oficiais, além dos textos postados no twitter de Bolsonaro – não foram considerados os conteúdos de pronunciamentos em vídeo, como lives transmitidas pelo presidente.

“Os ataques desmedidos ao trabalho jornalístico são também ataques à democracia. Uma imprensa que fiscalize o poder público, que abra espaço para crítica e para o contraditório é essencial para uma sociedade mais justa, que tenha garantido seu direito à informação. Um chefe de Estado deveria fortalecer esses valores, mas vemos que o presidente faz justamente o contrário”, diz Paula Zarth Padilha, diretora da Fenaj.

Crédito:Isac Nobrega/PR
Segundo a Fenaj, os ataques de Jair Bolsonaro à imprensa são uma forma de incitar seus seguidores a não confiarem no trabalho jornalístico, principalmente quando se divulgam notícias críticas ao governo ou envolvam a sua família. Ao criar um clima de hostilidade, muitas vezes, os jornalistas são xingados e até mesmo ameaçados pelos apoiadores do presidente.

“[Essa] Situação pode agravar o comprometimento da liberdade de imprensa no país, e até culminar com agressões físicas a jornalistas. Parte dos ministros de Estado também atacam veículos e profissionais da imprensa, o que sugere um método político para tentar intimidar o trabalho jornalístico”, diz a nota da Fenaj.

Por diversas vezes, Bolsonaro refere-se à imprensa como adversária, como no dia 23 do mês passado, quando afirmou em discurso que “se a imprensa bateu, é sinal que o discurso foi bom”. No dia 27, em Manaus, o presidente falou novamente sobre a campanha eleitoral de 2018, dizendo que grande parte da mídia o fustigou com “mentiras, com calúnias ou com fake news”.


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