Nos últimos 10 anos, 318 jornalistas foram assassinados por seu trabalho em todo o mundo e em 86% desses casos os crimes não foram resolvidos. É o que revela o Índice de Impunidade Global de 2019, do CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas).
Com 15 assassinatos de jornalistas em que os criminosos ficaram impunes, o Brasil ficou na 9ª posição do ranking, atrás de Paquistão, com 16.
Pelo quinto ano consecutivo, a Somália é a líder do ranking, com 25 casos de impunidade. Segundo o CPJ, a guerra e a instabilidade política promoveram um ciclo mortal de violência e impunidade, junto com a inação dos estados em todo o mundo.
País mais letal do mundo para jornalistas, o México figura na 7ª posição, com 30 assassinatos não resolvidos. Dos 31 casos ocorridos nos últimos 10 anos, as autoridades conseguiram apenas uma condenação.
Segundo o CPJ, nos últimos anos, a violência anti-imprensa se espalhou para lugares que eram considerados relativamente seguros para a mídia. Um exemplo é o atentado a bomba, em outubro de 2017, que matou a blogueira Daphne Caruana Galizia em Malta, seguido pelo assassinato do jornalista eslovaco Ján Kuciak em fevereiro de 2018
“Os governos democratas não podem ficar em silêncio diante da impunidade se quiserem ser vistos como apoiadores da liberdade de imprensa”, diz Courtney Radsch, diretora de advocacy do CPJ.