Influência da fake news potencializa violência contra jornalistas

Redação Portal Imprensa | 05/07/2019 07:00
A influência das fake news na sociedade, potencializada pela internet, está levando à desqualificação dos veículos tradicionais de imprensa e à violência contra os profissionais da comunicação. Esse foi o tema da audiência pública realizada ontem pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. 

Para o diretor-geral da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Cristiano Flores, apesar de a sociedade saber onde buscar a notícia com credibilidade, muitas vezes, ela compartilha a informação falsa e acredita nela. É o exemplo do desincentivo à vacinação, com impactos negativos para a saúde pública. “Por ser atividade humana, é natural que o jornalismo profissional cometa erros, mas tem CNPJ e endereço para assumir essa responsabilidade, com todas as decorrências jurídicas e mais a garantia do direito de resposta”, destacou.
Crédito:Agência Senado
Senador Paim preside o debate com Antonio Paulo dos Santos (Fenaj), Cristiano Flores (Abert), Angela Brandão (Secom do Senado) e Marina Pita (FNDC)


Coordenador do projeto de proteção e segurança da ONG Artigo 19, Thiago Firbida ressaltou que os jornalistas são alvo de ataques por mera discordância em relação ao conteúdo de alguma notícia, inclusive por parte de autoridades públicas que deslegitimam o trabalho do jornalista.

A estratégia de intoxicar o debate público com discursos de ódio, a criação de nichos ideológicos e o linchamento virtual também foram mencionados por Antonio Paulo dos Santos, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).  “O caminho precisa ser por meio da educação nos veículos de comunicação. Alfabetização midiática. Esclarecer e informar, usar a criatividade, apostar nesse aspecto da juventude, que mais usa a internet hoje”, defende.

Uma autocrítica dos veículos tradicionais de comunicação sobre a produção jornalística foi sugerida pelo vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Cid Benjamim, para quem o conceito de liberdade de expressão mudou com a internet. “Não há sociedade moderna efetivamente democrática sem a democratização dos meios de comunicação eletrônica. Acho que esse é um debate  permanente”, diz.

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