Parceria entre The Intercept e outros veículos amplia repercussão da Vaza Jato

Redação Portal IMPRENSA | 01/07/2019 14:57
O  editor do The Intercept Brasil, Leandro Demori, falou no 14º Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji sobre as parcerias que o site tem feito com outros veículos de comunicação na cobertura do vazamento de conversas envolvendo o então juiz Sergio Moro e procuradores da operação Lava Jato, caso conhecido como Vaza Jato.

Demori contou que a equipe do Intercept procurou outros veículos desde o início da apuração do caso, para que a divulgação fosse feita de forma conjunta. Mas nenhum deles teria se interessado. Então, a equipe decidiu dar o furo, na esperança de que, a partir do momento em que as redações vissem o material, surgisse interesse de outros veículos. “Era importante pra gente dar o pontapé inicial”, lembrou Demori, em referência à primeira reportagem sobre a Vaza Jato, publicada pelo Intercept em 9 de junho.
Crédito:Alice Vergueiro



No dia 23 de junho, alguns dias após o jornalista Reinaldo Azevedo passar a publicar uma série de textos sobre a Vaza Jato, a Folha de S.Paulo publicou a primeira reportagem feita em parceria com o Intercept. Na ocasião o jornal destacou que seus repórteres verificaram a autenticidade do material, buscando diálogos que tiveram com procuradores ao longo da operação. Mas a Folha afirmou, em editorial publicado no dia 26, que “ainda não se atestou a autenticidade das mensagens, que de resto talvez tenham sido obtidas de forma criminosa. Da ilegalidade dessa prova decorreria sua inutilidade do ponto de vista jurídico”. 

Durante o Congresso da Abraji, Leandro Demori também anunciou uma parceria firmada com a revista Veja e disse que, assim como o site tem feito com o jornalista Reinaldo Azevedo, é possível fazer parcerias pontuais para divulgação dos conteúdos. O intuito, explica, é atingir as mais variadas audiências, para assim desconstruir o discurso feito em torno da operação.  

A cobertura da Vaza Jato deu a tônica também dos protestos em apoio ao ex-juiz Sérgio Moro neste final de semana. No decorrer do dia, Moro fez publicações no Twitter ao decorrer dos atos com a frase “eu vejo, eu ouço” e fotos dos protestos. Glenn Greenwald também se manifestou através da rede, em agradecimento ao apoio das associações de liberdade de imprensa. 
Crédito:Reprodução



O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) soltou uma nota de apoio à equipe do The Intercept Brasil, que vem recebendo diversos tipos de ameaças desde que a série de matérias com vazamento de mensagens entre membros da Lava Jato começou. "A investigação da Operação Lava Jato é uma das histórias mais importantes do Brasil em anos, mas se tornou uma cobertura perigosa no ambiente cada vez mais polarizado do país", disse na Cidade do México a coordenadora do Programa da América Central e do Sul do CPJ, Natalie Southwick. "Glenn Greenwald e toda a equipe do Intercept Brasil devem ser capazes de informar sobre assuntos de interesse público sem intimidação e assédio", escreveu o Comitê.

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