Ainda não foi dessa vez que a novela judicial nos bastidores da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) chegou ao fim. Em mais uma reviravolta, o desembargador Marcelo Lima Buhatem, da 22ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, determinou o retorno da antiga diretoria ao comando da associação.
"Considerando a alegação de que, após a decisão liminar, a ABI encontra-se acéfala, o que poderia trazer inúmeros outros problemas administrativos e políticos à renomada e respeitável instituição, MANTENHO, por ora, a atual Diretoria e Conselhos Deliberativo e Fiscal no comando da instituição, sem embargo de eventual composição entre os interessados, no sentido de encontrarem solução amigável para as questões trazidas ao judiciário, como remarcação de novo pleito etc", escreveu na decisão. "Após, decidirei sobre o pleito de revogação da tutela de urgência anteriormente concedida", acrescentou.
Com o anúncio, a entidade volta a ter o jornalista Domingos Meirelles na presidência. No último dia 16, o mesmo desembargador havia determinado a interrupção da eleição geral que estava sendo realizada pela ABI, paralisando a contagem de votos.
Como o mandato da antiga diretoria havia terminado no dia 13, o presidente da Assembleia Geral Ordinaria (AGO), Fichel Davit Chargel, estava à frente dos trabalhos. O Conselho Deliberativo da instituição havia convocado uma reunião ordinária para hoje (27), o que também foi motivo de polêmica na ABI.
Esta é a quarta decisão judicial afetando diretamente o pleito deste ano. Inicialmente programada para 26 de abril, a votação foi adiada por decisão do juiz Rossidelio Lopes da Fonte, da 36ª Vara Cível do Rio de Janeiro, atendendo pedido de medida cautelar referente à eleição de 2016.
No início de maio, o juiz Lopes da Fonte reverteu a situação, liberando a realização da eleição. Três chapas estão participando do processo eleitoral deste ano. Meirelles tenta a reeleição pela chapa "ABI para todos", seu ex-vice, Paulo Jerônimo de Sousa, o Pagê, concorre pela chapa "ABI: Luta pela Democracia", e Carlos Augusto Martins Aguiar tenta a eleição pela chapa "Barbosa Lima Sobrinho".
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