Nesta sexta-feira, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lança a campanha #TruthNeverDies, marcando o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas. O objetivo é conscientizar o mundo para a importância da elucidação dos crimes praticados contra jornalistas em todo o mundo. Um dos banners principais da campanha traz o alerta "a cada ano, um jornalista ganha um Pulitzer e centenas levam um tiro".
Estatisticamente, nove em cada dez casos de morte de jornalista permanecem sem solução. A região dos países árabes é a mais perigosa para os profissionais da área. Levantamento comprova que 33,5% dos crimes contra jornalistas ocorrem nesta região. A América Latina e o Caribe ocupam a terceira colocação com 22,9% das ocorrências registradas.
Em um dos casos de maior repercussão recente, está o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, crítico da monarquia de seu país, morto dentro do consulado da Arábia Saudita, na Turquia, no último dia 2. O Comitê de Proteção aos Jornalistas revelou que somente em 2018, pelo menos 45 profissionais da área foram assassinados em todo mundo, outras 17 mortes de jornalistas ainda não tiveram sua motivação confirmada.
No início deste mês, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou levantamento revelando que desde o início do ano 137 jornalistas já haviam sido vítima de alguma forma de agressão, especificamente no contexto político, partidário ou eleitoral.
De acordo com a Unesco nos últimos 12 anos, entre 2006 e 2017, 1.010 profissionais da imprensa foram assassinados por praticarem jornalismo investigativo, denunciando e revelando informações ao público. A Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) juntou-se ao órgão da ONU nesta empreitada.
"É nossa responsabilidade garantir que os crimes contra jornalistas não fiquem impunes. Temos de garantir que os jornalistas trabalhem em condições seguras que permitam o florescimento de uma imprensa livre e pluralista", declarou a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
Diversos tipos de peças publicitárias foram criados e disponibilizados pela Unesco para divulgar a campanha. As hashtags #EndImpunity e #JournoSafe podem ser usadas para apoiar a campanha. Clique aqui para ter acesso aos documentos originais.
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