A morte do diretor de redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, 61 anos, foi lamentada por diversas autoridades do meio jornalístico, político, jurídico e por representantes de entidades de classe. As informações são da Agência Brasil, Consultor Jurídico e Portal IMPRENSA.
O jornalista morreu nesta terça-feira (21), às 3h20, em São Paulo. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês, no centro da capital, e lutava contra um câncer no pâncreas desde setembro de 2017.
Crédito:Reprodução/SP Escola de Teatro/Facebook
Em comunicado enviado para a imprensa, João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, disse que “sua contribuição para o desenvolvimento e fortalecimento de uma imprensa séria e independente é inestimável.
“Foi com grande pesar que recebemos a notícia da morte de Otavio Frias Filho. Sua contribuição para o desenvolvimento e fortalecimento de uma imprensa séria e independente é inestimável. À frente da redação da Folha de São Paulo e de outros veículos do Grupo Folha, Otavio liderou profundas mudanças editoriais, sempre em busca do jornalismo independente, crível, plural e inovador. Seu compromisso com a cultura brasileira se deu também de forma expressiva por meio de livros e peças teatrais que escreveu.
À sua família, aos funcionários do Grupo Folha e todos os seus leitores, expressamos o nosso mais profundo respeito e pesar.”
Em mensagem no Twitter, o presidente Michel Temer registrou que, no comando de Frias, o jornal pautou-se pelo pluralismo.
“Sob sua direção, a Folha tornou-se palco dos grandes debates intelectuais do país, com pluralismo e diversidade de opiniões. Meus sinceros sentimentos à família, amigos e jornalistas da Folha por essa perda tão prematura”, escreveu Temer.
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), também se manifestaram. "À frente da Folha de S. Paulo, Otavio criou um estilo profissional inovador e desenvolveu um trabalho extremamente respeitável. Sem sombra de dúvida, perdemos um grande profissional no jornalismo do nosso país. Fui recebido por ele algumas vezes em almoços no jornal. [Frias era] sério, cordato e muito preciso nos seus questionamentos", disse Maia.
Para Eunício, o Brasil e o jornalismo brasileiro, em especial, perderam hoje um dos mais atuantes e instigantes de seus intelectuais. “Líder inconteste da Folha de S. Paulo e do Universo Online, [Otavio Frias] foi sempre um dos mais argutos interlocutores da cena nacional. Era um homem reservado, correto, talentoso e corajoso. Fará falta ao país, à sua família, ao jornalismo e à democracia."
A ministra Laurita Vaz, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), divulgou nota em que destaca o perfil ético, imparcial e crítico do jornalista. “Homem de múltiplos talentos, teve participação primordial na redemocratização do país e consolidou-se como um dos mais destacados jornalistas brasileiros."
O jurista Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também lamentou a morte. "Otavio Frias Filho conduziu a Folha de acordo com os mais elevados princípios do jornalismo, que são também fundamentais para o Estado Democrático de Direito, como amplo espaço para o contraditório e para o debate de ideias divergentes”, disse em nota. “Sem uma imprensa ativa e crítica, a democracia jamais poderá existir em sua plenitude. Lembraremos sempre da dedicação e empenho de Otavio Frias Filho ao jornalismo e à democracia por meio das páginas, impressas e virtuais, da Folha de S.Paulo", acrescentou.
O ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ressaltou o lado empreendedor e vanguardista do jornalista. "Homem empreendedor e vanguardista, Otavio Frias consolidou o legado de seu pai, liderando o processo de modernização do jornalismo no Brasil sem perder de vista o compromisso com a ética, a transparência, a liberdade de expressão e o respeito à pluralidade de ideias. O Brasil perde um grande homem. Minhas condolências à família, amigos e a todos os colaboradores do Grupo Folha".
Alexandre de Moraes, ministro do STF, disse que "Otavio Frias Filho sempre será lembrado como um símbolo da liberdade de imprensa, do jornalismo sério e de uma vida direcionada para o aperfeiçoamento da sociedade. Sua morte é uma grande perda para o país."
Para Gilmar Mendes, ministro do STF, é um "momento de agradecer a Otavio Frias por tudo que nos ensinou em termos de liberdade de imprensa e responsabilidade dos órgãos de comunicação. Meus sentimentos à família Frias e a toda equipe da Folha."
Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), destacou a visão de futuro de Otavio Frias de Oliveira.
“A visão de futuro e sua ousadia empreendedora fizeram da Folha de S. Paulo uma sólida construção empresarial, base para que seu filho, Otavio Frias Filho, transformasse o jornal que herdou num dos pilares da liberdade de imprensa no Brasil. Neste momento de dificuldades e incertezas por que passa o País, Otavinho nos fará falta, mas seu exemplo continuará indicando os rumos de uma sociedade plural, mais fraterna e justa.”
Na celebração de seus 20 anos, a Revista IMPRENSA trouxe como matéria de capa uma entrevista especial com Otavio Frias Filho. Leia "O Filho da Folha" aqui.