A cerimônia de entrega do 13º “Troféu Mulher IMPRENSA”, promovida pelo Portal IMPRENSA na terça-feira (14), no Teatro Sérgio Cardoso (SP), foi marcada por discursos fortes, reconhecimento de dever cumprido, e pela sensação de realização pessoal das premiadas.
A cerimônia reuniu 13 das 17 vencedoras. Além de
Astrid Fontenelle, homenageada com o "Troféu Mulher IMPRENSA de Contribuição ao Jornalismo", pelo seu histórico de carreira e sua importância na pauta mulher. As jornalistas Andréia Sadi (repórter de telejornal), Julia Duailibi (comentarista ou colunista de TV), Maria Beltrão (âncora de TV) e Nathalia Arcuri (revelação na web) não puderam estar presentes.
Crédito:Elisa de Paula / IMPRENSA Editorial
A primeira a receber o troféu foi Carla Bigatto, da BandNews FM, na categoria Âncora de Rádio. “É uma honra estar aqui pelo segundo ano consecutivo. Nesta semana nós divulgamos que um concurso da PM do Paraná tem 'masculinidade' como critério de avaliação psicológica. Isso só virou notícia hoje e foi considerado uma bizarrice ou anomalia porque estamos mais fortes.”
Mônica Zarattini foi premiada na categoria Fotojornalista. “Este prêmio veio em boa hora. É o reconhecimento de mais de 30 anos de trabalho. Já fui repórter e editora-assistente do Estadão, cobri matérias em presídios masculinos, jogos de futebol, lugares tradicionalmente masculinos, mas nem por isso deixei de fazer o meu trabalho. O lugar da mulher é onde ela quer estar.”
Dando sequência à premiação, Leila Suwwan, da Airbnb, conquistou na categoria Assessora de Comunicação - Corporativa, e dedicou o troféu à filha de 17 anos. “Aprendi muito com os homens na minha carreira, mas principalmente com as mulheres e suas nuances sobre como conseguir sobreviver a ambientes machistas.”
Vera Magalhães, da Jovem Pan, recebeu o prêmio de Comentarista ou Colunista de Rádio pelo segundo ano consecutivo. “Para mim, o maior reconhecimento é encontrar com um ouvinte e ele me falar que começou a gostar de política depois que começou a me ouvir e a entender melhor sobre o assunto.”
Monyse Ravenna, do Brasil de Fato de Pernambuco, foi reconhecida na categoria Repórter de Jornal ou Revista. “Estar com as melhores e no meio de jornalistas que eu admiro muito, é gratificante. Principalmente quando se é de um veículo que não está dentro do arco de veículos famosos. Meu jornal é popular e distribuído na rua.”
Carla Jimenez, do El País Américas Brasil, venceu na categoria Diretora ou Editora de Redação. “Eu só tenho a agradecer por esse prêmio porque eu não fiz tanta divulgação e mesmo assim eu venci. O El País virou referência em outros países por suas bandeiras, e a valorização das mulheres é uma de suas vertentes. E acredito que ganhamos o público por isso.”
Thaís Nunes, do SBT, conquistou o prêmio de melhor Repórter Investigativa. “É uma honra imensa receber esta importante premiação por causa das dificuldades que enfrentei e ainda vou enfrentar na minha área de atuação, que é penitenciária, direitos humanos e justiça. Sou uma das criadoras do movimento Jornalistas contra o Assédio, que começou a dar voz e coragem para as mulheres. Dedico esse prêmio à dona Estelina, de 85 anos, minha avó, que criou seus sete filhos com sua máquina de costura e me fez ser a mulher forte que sou hoje.”
Djamila Ribeiro, da Carta Capital, recebeu o prêmio na categoria Colunista de Jornal ou Revista. “Comecei no Blogueiras Negras, em 2013, sempre falando sobre temas importantes para a sociedade. Dedico esse prêmio às mulheres negras que são ainda mais vulneráveis e acredito que esse prêmio nos dá mais visibilidade e aumenta a esperança de meninas como a minha filha de 13 anos.”
Graziela Guardiola, da Precisa Assessoria de Comunicação, venceu na categoria Assessoria de Comunicação - Agência, e falou sobre as dificuldades das mulheres na profissão. “Já perdi um emprego porque era mulher. O editor me disse que eu era a melhor candidata, mas que ele precisava de um homem para a vaga.” A jornalista também ressaltou a importância do troféu para ela. “É a primeira vez que sou um personagem. Sempre contamos a história de várias pessoas, mas nunca relatamos a nossa. É a primeira vez que eu vou contar a minha própria história e entrar para a história.”
Basilia Rodrigues, da CBN, contemplada com o troféu na categoria Repórter de Rádio, citou um trecho da música do Cidade Negra - “você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui” - para iniciar o seu discurso. “Foram 10 anos de carreira, pouco em comparação às profissionais mais experientes que aqui estão, mas de muita luta e dedicação. Trabalho num ambiente predominantemente masculino, no Congresso Nacional, e já fui convidada para tomar vinho após às 17 horas, no início da minha carreira. Aquele político não me viu como uma profissional, mas como uma mulher. Somos tão importantes quanto qualquer outro profissional.”
Na categoria Melhor Reportagem Especial ou Série com temática sobre mulheres venceu o programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, com a reportagem “Assédio sexual: um crime silencioso”. Em seu discurso, Flavia Peixoto, integrante da equipe, ressaltou que há pouco tempo esse tema não estava nos holofotes da sociedade. “Hoje o assédio sexual é um tema de destaque, o que mostra a nossa força. Dedico o prêmio a todas às mulheres que falaram de si e nos contaram a sua história para produzirmos essa reportagem.”
A apresentadora da Band Renata Fan recebeu o prêmio de Repórter ou Comentarista Esportiva. “Dedico este prêmio a todas as mulheres corajosas e fortes que o disputaram comigo. Nós não somos concorrentes, somos parceiras e persistentes.”
A última premiada da noite foi Sonia Blota, da TV Bandeirantes, que já conquistou o Troféu Mulher IMPRENSA em 3 edições anteriores na categoria Repórter de Telejornal. O desta edição é o primeiro como Correspondente. “Eu me formei em direito para agradar a minha família e, quando avisei que iria mudar de área, todos ficaram chocados. Chegar aonde cheguei é a prova de que eu estava no caminho certo. Ainda faltam mulheres no vídeo contando as suas histórias. Quero deixar um recado aqui para as jovens jornalistas que estão cursando faculdade, que a profissão é maravilhosa, mas não pensem em dinheiro porque a gente não ganha mesmo. É por paixão mesmo.”
Troféu Mulher IMPRENSA
Promovido pela Revista e Portal IMPRENSA, o prêmio tem como missão difundir o trabalho das mulheres na comunicação em todo o Brasil, e é a única premiação jornalística do Brasil dedicada exclusivamente ao público feminino. São 17 categorias que visam homenagear as profissionais de destaque em cada setor da mídia.
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