
Uma semana após demitir a repórter assediada por MC Biel, o portal iG também afastou a jornalista Patrícia Moraes, editora-executiva de comportamento e entretenimento do portal.
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Patrícia Moraes teria sido demitida por envolvimento em denunciar o caso de assédio
IMPRENSA apurou que a demissão de Patrícia foi atribuída a “corte de despesas”, uma vez que era a última executiva do veículo, tendo assim o maior salário da redação. Entretanto, o real motivo do corte seria o envolvimento dela em denunciar o assédio sofrido por sua estagiária. Tanto é que outro profissional assumirá o cargo de de editor-executivo.
Patrícia Moraes assinou a primeira reportagem que denunciou a má conduta de Biel contra a estagiária e teria sido impedida de divulgar novas notícias sobre o caso desde a última sexta (17/6), por ordens da direção do iG.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, condenou veementemente a nova demissão ligada ao caso do assédio. “O sindicato já se posicionou claramente condenado o assédio sexual da estagiária e se solidariza com ela e agora com a editora. Condenamos do princípio ao fim a atuação da empresa nesse caso. A empresa expôs a estágiaria, não a defendeu quando ela sofreu a agressão, puniu a vítima ao demiti-la e agora pune a outra jornalista que estava fazendo o trabalho de divulgar uma informação de interesse publico, provavelmente, por interesse do grupo econômico ligado ao agressor”, disse.
O movimento #jornalistascontraoassédio também criticou a postura do iG em sua fanpage, "É simbólico que, prestes à nossa campanha completar uma semana, com mais de 2 milhões de pessoas alcançadas só por esta fanpage, alguém que ajudou a tornar público um caso escabroso contra uma jornalista e mulher tenha esse destino. Quem sabe agora as entidades de classe – a maioria, num silêncio absolutamente omisso e sepulcral – venham a público fazer valer a representatividade que juram carregar? Patrícia, toda a sorte pra você. NÃO NOS CALARÃO".
Campanha Sem Assédio na imprensa
IMPRENSA lançou a campanha #SemASSÉDIOnaimprensa. O objetivo é mostrar como repórteres do sexo feminino e masculino estão expostos ao assédio moral e sexual, tentando encontrar ao lado de especialistas e das entidades ligadas à imprensa formas de reduzir/acabar com esse tipo de ação com soluções práticas.
Convidamos jornalistas e comunicadores de todo o Brasil a contar suas histórias, sob anonimato, se assim o desejar, para que todos possam ficar de olho e ajudar no combate ao assédio à imprensa.
Os interessados podem mandar seus relatos para o e-mail: redacao@portalimprensa.com.br, colocando no assunto: depoimento sem assédio na imprensa. Garantimos que sua identidade e a do assediador serão mantidas em sigilo.
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