A jornalista sul-africana, Lara Logan, da rede norte-americana CBS, concedeu entrevista ao programa "60 minutes", em que conta sobre a estupro que sofreu enquanto cobria a revolução no Egito, em fevereiro. Trechos da entrevista foram divulgados na última quinta-feira (28), pelo New York Times.
Onze de fevereiro. Enquanto cobria a agitação na Praça Tahrir, centro da capital egípcia Cairo, Lara foi retirada de sua equipe de cinegrafistas e segurança e violentada continuamente por mais de 200 homens, conta a jornalista. "Por um longo período, me estupraram com as mãos", conta Lara.
"Não havia dúvida em minha mente de que eu estava morrendo", disse em trecho de sua entrevista ao programa da CBS. "Eu pensei que não somente eu iria morrer, mas que seria uma morte torturante e que terminaria jamais", desabafa.
A jornalista acredita que, ao expor seu caso, ela chamará a atenção das pessoas aos outros casos de violência e agressão contra mulheres jornalistas em coberturas de conflitos. "Você só tem a sua palavra. As feridas fecham, mas você não carrega a evidência, como uma pessoa que perde uma perna ou um braço no Afeganistão".
Depois de Lara, outras jornalistas relataram casos de agressão sexual, o que levou o Comitê de Proteção aos Jornalistas rever o seu manual para lidar com esses casos
O programa "60 minutes" com a entrevista na íntegra irá ao ar no domingo (2), na CBS.
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