A âncora do “SportsCenter”, Jemele Hill, foi suspensa pela ESPN após sugerir que os fãs da liga de futebol americano (NFL) boicotassem anunciantes e vendedores associados aos Dallas Cowboys, cujo proprietário ordenou aos jogadores para não se ajoelharem durante a execução do hino nacional. A informação é do The Washington Post.
Em setembro, os jogadores e donos das franquias da NFL têm se ajoelhado durante o hino do país, como forma de protesto contra o racismo e também contra o presidente Donald Trump, que sugeriu que atletas fossem demitidos caso não respeitassem o hino.
Por nota, a ESPN se pronunciou sobre a decisão de afastar a jornalista. "Jemele Hill foi suspensa por duas semanas por uma segunda violação das nossas diretrizes de mídia social. Ela já reconheceu que por conta de um tweet impulsivo colocou a empresa e seus colegas em uma saia justa. Todos os funcionários foram lembrados de como os tweets individuais poderiam refletir negativamente sobre a ESPN e que tais ações teriam consequências. Daí a decisão".
Desafeto público
Jemele coleciona polêmicas com o presidente desde as manifestações em Charlottesville em agosto. Na ocasião, a jornalista acusou Trump de ser um “supremacista branco” e afirmou que era o “presidente mais ignorante e ofensivo de sua vida”. A ESPN divulgou uma nota dizendo que a conduta da jornalista era “inapropriada e que não refletia a opinião da emissora”, mas não a puniu porque colegas de bancada ameaçaram não apresentar o programa sem ela.
Pelo Twitter, o presidente Donald Trump comemorou a suspensão da apresentadora e alfinetou a emissora. “Com Jemele Hill no microfone não é de se admirar que a audiência da ESPN tenha despencado, na verdade, despencou tanto que é o assunto do momento”.
Jamele está na ESPN desde 2006 como colunista e participa do "SportsCenter", "First Take", "Around the Horn" e "Outside the Lines". É conhecida pela cobertura jornalística sobre esportes e questões raciais. No ano passado, a jornalista organizou uma reunião para debater relações raciais, policiamento e igualdade com o então presidente Obama.
A ESPN, por sua vez, tem histórico de punir severamente os funcionários que atravessa a linha com patrocinadores e times da NFL. A emissora suspendeu e, posteriormente, acabou demitindo o colunista Bill Simmons, em 2015, após intensas críticas do jornalista ao comissionário da NFL, Roger Goodell.
Nesta terça-feira (10), pela manhã, Trump novamente endureceu o discurso contra a liga nacional. “Por que a NFL tem tantas isenções de impostos, ao mesmo tempo em que desrespeita nosso hino, bandeira e país? Mude a lei tributária!”, afirmou pelo Twitter.
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