Justiça turca pede 14 anos de prisão para o representante da RSF detido no país

Redação Portal IMPRENSA | 23/06/2016 11:00

Na última quarta-feira (2/6), um procurador de Istambul, na Turquia, pediu à Justiça que o representante da Repórteres sem Fronteiras (RSF), Erol Önderoglu, preso desde segunda (20/6), seja condenado a 14 anos de prisão por “propaganda terrorista”.

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Jornalista é acusado de "propaganda terrorista" pelo governo Erdogan

Segundo a entidade, trata-se do mesmo procurador que ordenou a prisão provisória de Önderoglu e outros dois jornalista – Ahmet Nesin e o presidente da Fundação de Direitos Humanos da Turquia, Sebnem Korur Financi – por terem apoiado o jornal pró-curdo Özgür Gündem.

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou preocupação com a situação dos jornalistas na Turquia e diversas organizações internacionais também se somaram à RSF para pedir a libertação imediata e incondicional de Erol.

Ao lado de outros profissionais de imprensa, Erol Önderoglu participa desde maio deste ano de uma campanha de solidariedade ao jornal. Eles têm se revezado simbolicamente como editores do veículo para denunciar a pressão do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan sobre os meios de comunicação curdos. 

É mais um dia triste para a liberdade de imprensa na Turquia. Há 20 anos Erol Önderoglu luta sem descanso para defender jornalistas perseguidos. Seu rigor e seriedade, reconhecidos em todo mundo, o tornaram uma figura celebrada nesse campo. O fato dele ter se tornado um alvo diz muito sobre a grande deterioração da liberdade de imprensa no país”, disse Johann Bihr, diretor do escritório Europa do Leste e Ásia Central da RSF.

Önderoglu atua como representante da RSF na Turquia desde 1996. Em 2002, ele recebeu uma série de ameaças quando a RSF anunciou uma campanha para denunciar os “Predadores da Liberdade de Imprensa” no mundo, entre os quais o então chefe das forças armadas turcas, Huseyin Kivrikoglu. 

Uma petição on-line iniciada pela RSF já recolheu mais 10 mil assinaturas pedindo a liberdade imediata e incondicional de Erol Önderoglu, Sebnem Korur Financi e Ahmet Nesin.


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