Em seu blog no Brasil Post, a advogada Amal Clooney, defensora do jornalista
Mohamed Fahmy, detido no Egito, informou que ele terá que aguardar mais um mês para saber se terá que cumprir nova pena de prisão.
Crédito:Reprodução
Advogada cobra resultando de julgamento de jornalista
A decisão do julgamento dos jornalistas da Al Jazeera — além de Fahmy, Mohamed Baher e Peter Greste — foi adiado duas vezes na semana passada. No último domingo (2/8), foi marcado para 29 de agosto.
"Não passou despercebido dos observadores o fato de essa nova data cair após a visita ao Egito do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e das comemorações previstas do Novo Canal de Suez, que terão lugar em 6 de agosto", lembrou Amal.
Fahmy, Baher e Greste foram sentenciados a penas de sete a dez anos de prisão acusados de transmitir "notícias falsas" e prejudiciais à imagem do Egito, por dar apoio ao grupo terrorista Irmandade Muçulmana e por não possuírem licença para determinados equipamentos de comunicação que estavam em posse deles.
Fahmy passou mais de um ano na prisão até sua condenação ser revogada pela Suprema Corte egípcia, em janeiro. Desde então, ele foi submetido a novo julgamento e se encontra em liberdade condicional. Baher também espera uma decisão, enquanto Greste foi deportado para a Austrália e aguarda a decisão do governo para ser condenado em seu país de origem.
A advogada ressaltou que ela e o embaixador do Canadá no Egito, Troy Lulashnyk, enviaram cartas conjuntas ao presidente, ministro da Justiça, do Exterior e o procurador geral egípcios para pedir a libertação de Fahmy.
Amal reforça que é preciso que a comunidade internacional também faça pressão pelo resultado. Segundo ela, se o tribunal voltar a condenar os jornalistas, os EUA, a ONU e outros atores chaves devem exortar Sisi e intervir no caso "imediatamente".
"O presidente Sisi precisa saber que o mundo estará atento para o veredito do tribunal em 29 de agosto e à resposta de seu governo ao veredito. Está em jogo a liberdade de imprensa na região", completou.
De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Egito é o país do mundo que em 2014 teve o quarto maior número de jornalistas presos — o pior registro da nação desde que a contagem de jornalistas presos começou a ser feita em 1990.
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