'Futuro Black': Jornalista cria banco de talentos e fontes profissionais para pessoas pretas

Redação Portal IMPRENSA | 14/09/2021 06:49
Uma plataforma antirracista que fomenta a diversidade no mercado de trabalho. Essa é a proposta da Futuro Black, banco de talentos e de fontes profissionais criado pelo jornalista e criador de conteúdo pernambucano Thiago Augustto há pouco mais de um mês. 

O site nasceu como uma planilha de contatos, onde Augustto reunia os contatos de amigos, fontes e outros profissionais negros que ele conhecia. Esse banco de informações cresceu, e ele resolveu compartilhar o que tinha reunido em uma plataforma pública e colaborativa. 
Crédito:Reprodução
Futuro Black
Plataforma Futuro Black está no ar há um mês
"Não sou o único que sinto falta de ver mais profissionais pretos sendo fontes de informação para as matérias de rádio, revista, internet, jornal e, sobretudo, televisão. Não é extraordinário refletir que em boa parte das vezes que esses trabalhadores estão dando entrevistas, falam a partir da cor da sua pele. A partir do racismo", escreveu Augustto em suas redes sociais. 

"Então, fica a provocação: vamos começar a convidar esses profissionais para falarem a partir do trabalho que realizam. Afinal, também são habilitados e podem falar de outras pautas, né? Não espere ''datas comemorativas'' para fazer um convite. Profissionais negros não são sazonais, trabalham o ano todo". 

A equipe da Futuro Black é formada por Augustto, Dayse Rodrigues, pedagoga e consultora em diversidade racial e Iron Santos, designer de produtos, e já recebeu mais de 300 cadastros, além de promover um curso de formação sobre reeducação racial totalmente gratuito. 

De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados neste ano, a população negra é a mais afetada pelo desemprego, que atinge mais de 14,8 milhões de pessoas. 

Os mais jovens, negros e profissionais da região nordeste são os mais prejudicados - a taxa de desemprego entre pessoas pretas ficou em 18,6%, e pardas, 16,9%. A taxa média do país é 14,7%. 

"Dei o exemplo do jornalismo e da comunicação, mas o pensamento pode ser aplicado em outras áreas. Convide ou contrate pessoas pretas. Não naturalize as nossas ausências. Se incomodar e agir é ser antirracista", completou. 

Para se cadastrar, basta acessar https://futuroblack.com.br/ e preencher o formulário disponível na aba 'cadastre-se'. 

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