Na manhã da última quinta-feira (3/12), a editora e gráfica Prol surpreendeu os funcionários ao fixar na porta da empresa, localizada em Diadema, São Paulo (SP), um comunicado de demissão. Ao todo, foram 300 cortes.

Segundo o jornal ABCD Maior, grande parte dos trabalhadores demitidos souberam do corte apenas ao ver a lista. Indignados e sem a perspectiva de receber os direitos e o salário, a categoria decretou greve geral por tempo indeterminado.

Os gestores de cada área da empresa fizeram uma lista com 70 nomes e entregaram à diretoria da gráfica. Alguns empregados já esperavam pela demissão, outros receberam um telegrama em casa no fim da tarde da última quarta-feira (2/12). Porém, a maioria soube pela lista afixada no portão.

A gráfica mantinha 750 funcionários que atuavam em diversos setores. Grande parte possui mais de oito anos de serviços prestados. Os demitidos que tentavam entrar no local foram barrados por uma funcionária, que pedia para verificar a lista.

Ainda de acordo com o ABCD Maior, em frente à editora, os trabalhadores se abraçavam em meio às lágrimas. "O pior não é só a demissão, mas sair sem receber nada. Não receberemos a rescisão, e nem o salário que cairia no dia 5. Além do susto de estar desempregado, como vamos pagar o aluguel, as contas, alimentar nossos filhos?”, ressaltou Wellington Ferreira da Silva, que atuou como ajunte durante nove anos.

Os funcionários permaneceram em frente ao portão da empresa para aguardar a avaliação da diretoria sobre os pedidos do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do ABCD. A Prol ainda não se pronunciou oficialmente.

“Pedimos para reverem as demissões ou tentar ver como irão pagar o pessoal. A empresa informou que não voltará atrás e que está verificando possibilidades para fazer parte dos pagamentos”, explicou o presidente da entidade, Isaías Karrara.