Uma reportagem da
Folha de S.Paulo publicada no último domingo (8/11) aponta que, a pedido do então governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), aeronaves de propriedade do governo do Estado foram emprestadas a famosos, empresários, políticos e outras pessoas não ligadas à administração pública entre 2003 e 2010.
Crédito:Reprodução/Twitter
Governador usou aeronave do governo para uso de apresentador e celebridades
Entre as celebridades que utilizaram a aeronave estão o ex-executivo da Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni; o ex-presidente do grupo Abril, Roberto Civita (morto em 2013) e sua mulher, Maria Antônia, o apresentador Luciano Huck e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. As informações foram obtidas pelos registros do Gabinete Militar de Minas Gerais.
De acordo com o jornal, em 198 dos 1.423 voos realizados entre janeiro de 2003 e março de 2010 que têm o político como solicitante não houve a presença nem dele nem de agentes públicos autorizados pela legislação a usar essas aeronaves.
A assessoria de imprensa de Aécio argumentou que "todos os voos foram regulares, dentro das normas legais e atenderam a interesses da administração do Estado". Diz ainda que, embora a legislação defina que duas aeronaves são destinadas ao governador, elas não se limitam ao seu uso pessoal exclusivo.
Quanto à concessão de um jato para levar Boni, a assessoria alegou que o governo solicitou a colaboração do ex-executivo da Globo na definição de diretrizes para a TV Minas. O empresário afirmou que, a pedido do governo, fez uma análise da emissora. "Não cobrei pela visita e nem pela minha opinião, por considerar uma contribuição à TV pública. Fui do Rio a BH pagando minha passagem. Na volta aceitei uma carona com o governador, que já vinha para o Rio", disse.
Para a gravação do quadro "Quebrando a Rotina", a assessoria informou que o Estado ofereceu apoio de infraestrutura "para uma grande ação de divulgação turística, no caso, a divulgação de um roteiro turístico, a Estrada Real". A Comunicação da Globo enviou dados sobre a logística bancada pela emissora. O uso da aeronave oficial faria parte de um acordo de "facilidades de produção".
Já o transporte de Civita "atendeu o objetivo de divulgar o Museu de Arte Contemporânea apresentando-o a um dos maiores empresários de comunicação do país". A assessoria enviou uma reportagem sobre o museu publicada na Veja.
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