Plataforma auxiliará jornalistas na cobertura sobre violência contra mulheres

Redação Portal IMPRENSA | 30/07/2015 09:30
O Instituto Patrícia Galvão - Mídias e Direitos, em parceria com o Fundo Social Elas e o Instituto Avon, criou um dossiê que traz informações e dados de especialistas em violência contra as mulheres.

Crédito:Divulgação
Dossiê ajuda na cobertura de pautas sobre a violência contra a mulher

De acordo com a Radioagência Nacional, a plataforma digital será lançada oficialmente no próximo mês, mas já é apresentada a profissionais de imprensa de todo o país. O objetivo é manter uma atualização permanente da ferramenta e garantir que a mídia contextualize com maior profundidade a violência contra mulheres, bem como informar sobre os caminhos para a denúncia e assistência jurídica e social.
 
"Tem um banco de fontes de especialistas no tema e que trazem informações e análises estratégicas para essa pauta da violência. Tem também um banco de pesquisas que reuniu as principais pesquisas recentes e oferece tanto a possibilidade da pessoa consultar a pesquisa na íntegra, como os principais destaques", explicou Débora Prado, do Instituto Patrícia Galvão.

Para Jacqueline Pitanguy, da organização não-governamental de direitos humanos Cepia, a cobertura sobre o tema cresceu nos últimos anos, mas ainda precisa melhorar. "E qual seria esse salto de qualidade? Seria deixar de lado o aspecto do escândalo, do crime para apontar questões mais contextuais, no contexto em que ocorre essa violência, questões ligadas ao papel simbólico de homens e mulheres na sociedade, ligadas a estruturas de poder que são fundamentais para que haja um trabalho de prevenção", reforçou.

O Dossiê também oferecerá pesquisas e fontes sobre violência contra mulheres no contexto do racismo. A jornalista baiana Sueide Kintê, do coletivo de mulheres negras Flores de Dan, acredita que as informações contribuirão para aumentar a produção de reportagens sobre o assunto em mídias alternativas e em grandes veículos. 

"Eu acho que um desafio é a gente trazer pautas que tenham mais a ver com a realidade das pessoas, nas suas casas, a prestação de serviço de fato, e entrevistar as fontes anônimas não só no lugar de vítimas, mas também no lugar de especialistas, essas mulheres que estão contribuindo, fazendo estudos, principalmente mulheres negras", afirmou.
 
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