Fernando Mariano, ex-editor de O Globo entre 1971 e 1983, hoje trabalha em publicidade, representando veículos de comunicação nos Estados Unidos. Esteve presente neste primeiro dia do seminário mídia.JOR (7/10), organizado por IMPRENSA, e afirmou que ficou “impressionado com a qualidade das palestras”.
Crédito:Maurício Kanno
Fernando Mariano, ex-editor de O Globo e representante de mídias nos EUA
Para ele, é útil estar bem informado sobre o ocorreu ou pode acontecer nas redações, como na época das manifestações de junho ou a cobertura dos grandes eventos de 2014.
A primeira palestra, com Ascânio Seleme, diretor de redação do jornal onde Mariano trabalhou décadas atrás, foi o ponto alto do evento para o participante. “Mostrou realmente a ‘guerra nuclear’ que vai ser para a imprensa cobrir no mesmo ano a Copa do Mundo e as eleições presidenciais, abrindo-se com informações bem detalhadas sobre esse planejamento”, comentou.
DIDÁTICA
Aline Rodrigues (21), estudante do 3º ano de jornalismo no Mackenzie, conta que soube de última hora que participaria do evento: recebeu convite da coordenação de jornalismo de sua faculdade no dia anterior.
A estudante também achou especialmente marcante saber de Seleme o número de jornalistas que vão trabalhar em grandes eventos, como da Copa do Mundo.
No segundo painel, ela, interessada em televisão, gostou de ouvir sobre a realidade da área por Rosana Jatobá e Rita Lisauskas. “Coisas como ter paciência para crescer a partir de baixo.” Quanto ao professor da PUC, Marcos Cripa, Aline considera que “foi bem didático, explicando como é importante a formação do jornalista, apesar de a discussão sobre as novas mídias também ser essencial”.
REFLEXÕES DE PROTESTO
Renato Armani (26), professor de comunicação e especialista em semiótica pela Anhembi Morumbi, concorda com Aline. “A criação de conteúdo muitas vezes não é questionada, é preciso priorizar o cérebro, a informação pensada.”
Já no terceiro painel, sobre cobertura de conflitos e manifestações, ele propôs que poderia haver também algum profissional de outra área, como sociologia, psicologia ou economia, para investigar mais profundamente questões culturais relacionadas ao debate.
“Como essa linguagem é formada? Por que essas fotos foram escolhidas? Que comunidades são essas que participaram dos protestos? Por que aconteceram neste ano?” Para ele, essas são algumas reflexões que um acadêmico poderia ajudar a discutir para obter mais contexto e interpretação.
SENSIBILIDADE
Pedro Cardoso Magalhães e Silva (20), estudante de jornalismo da Unesp de Bauru, conta ter achado muito interessante como Marcelo Gomes, da ESPN, se mostrou com muita paixão pelo que faz, sensível e chegando a interferir em problemas de pessoas com necessidades, como o filho do medalhista olímpico João do Pulo.
“Na faculdade, aprendemos a ter muita objetividade, condenam esse tipo de atitude mais emocional”, contrapõe o estudante. “Mas Marcelo Gomes não teve vergonha de expor esse tipo de sentimento, com histórias muito boas e gostosas de ouvir”, concluiu.
O mídia.JOR acontece nos dias 07, 08 e 09/10, no teatro da Aliança Francesa, em São Paulo (SP). O evento, realizado por IMPRENSA, é patrocinado pela Oi, com apoio da Aliança Francesa, Fenaj, Abert, Abradi, Aner e ANJ.
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